Ensinando Economia, Inflação, Nível de atividade, Política Monetária

K-Ecec: Modelos Macro: comparando duas versões básicas

.

A discussão será iniciada a partir do conceito de Demanda Agregada, baseada em três fatores macro:

  • Curva IS (Modelo Aberto): é a representação do equilíbrio no mercado de bens e serviços.

k-ecec-1

k-ecec-2

  • Regra de Taylor: um aumento na inflação, deverá ser corrigido por um aumento em maior nível na taxa de juros nominal da economia, sendo o fato exemplificado na equação abaixo:

k-ecec-3

Sendo, i =  taxa de juros real estimada por Taylor; i*= taxa de juros real de equilíbrio; π = taxa de inflação anual observada; n*= meta de inflação do Banco Central; Y = produto interno bruto (PIB); Y*= PIB de pleno emprego dos fatores de produção; an = coeficiente de sensibilidade à variação da inflação; ay = coeficiente de sensibilidade à variação do produto.

  • Paridade de juros a descoberto: Supõe perfeita mobilidade de capitais e ativos domésticos e internacionais sejam substitutos perfeitos. É representada pela equação abaixo:

k-ecec-4

Seguindo o modelo acima apresentado, damos continuidade a explicação com a oferta de curto e longo prazo:

  • Curto prazo: como um processo evolutivo da curva de Phillips, sendo explanada pela seguinte equação:

k-ecec-5

  • Longo prazo: ajuste completo das expectativas dos agentes de mercado, implicando em uma oferta vertical, sendo inexistente trade-off de longo prazo da economia.

k-ecec-6

Em seu trabalho, Taylor (2000) se preocupa em discutir como deveria ser ensinado macroeconomia para níveis mais básicos de ensino afirmando que, atualmente, os métodos utilizados não ajudam os alunos a criar uma visão econômica mais intuitiva.

            Para compreender melhor a macroeconomia moderna, Taylor aponta cinco fatos estilizados para completo entendimento sobre a mesma:

  • O produto de longo-prazo (PIB Potencial) pode ser entendido como modelo de crescimento de Solow.
  • Não há trade-off de longo prazo entre inflação e desemprego.
  • Há trade-off de curto-prazo entre desemprego e inflação.
  • Expectativas de inflação e decisões políticas futuras são endógenas e quantitativamente significativas.
  • A taxa de juros nominal de curto-prazo (instrumento de política monetária) é ajustada em relação a eventos econômicos

            Com base nos tópicos apresentados acima, muitos economistas buscaram criar modelos macroeconômicos a fim de explicar as flutuações econômicas. Taylor afirma que estes modelos podem ser sintetizados em três relações principais: (i) a primeira relação se dá entre PIB real e taxa de juros real; (ii) a segunda relação é entre inflação e taxa de juros real; (iii) a terceira relação se dá entre inflação e produto real.

k-ecec-7

Onde  e  são parâmetros de sensibilidade, é igual ao produto real;  é taxa de juros real; , inflação;  e são termos de ajustes a choques.

Combinando (i) e (ii) estabeleceremos a relação da Demanda Agregada: . A Oferta agregada, por sua vez, é estabelecida através relação (iii), a qual é representada horizontalmente, uma vez que o ajustamento de preço e inflação é lento.

 

k-ecec-8

Como conclusão, é possível observar que ambos os modelos convergem para o mesmo resultado, levando em consideração a existência de trade-off de curto-prazo em relação inflação e desemprego e a não existência do mesmo no longo-prazo. Destacamos ainda que o modelo macro completo (primeira parte do trabalho) é mais extenso e apresenta minuciosamente descrito os fatores que influenciam o equilíbrio de mercado, como consumo, investimento, gastos do governo e exportações líquidas. Em contrapartida, o modelo macroeconômico descrito no artigo de Taylor, se fundamenta em modelos mais simples, como o modelo de crescimento econômico de Solow (Houston, we have a problem) e se foca em variáveis diretamente relacionada a inflação e desemprego.

 

REFERÊNCIAS:

  1. MISHKIN, Frederic. The Economics of Money, Banking and Financial Markets – 10th edition. Boston: AddisonWesley, 2009.
  2. TAYLOR, John. B. Teaching Modern Macroeconomics at the principles level – The American Economic Review, Vol. 90 (May, 2000), pp. 90-94.”

.

 

 

26 comentários em “K-Ecec: Modelos Macro: comparando duas versões básicas”

  1. Como normalmente a disciplina de Economia Monetária é apresentada juntamente com a disciplina Teoria Macroeconômica III para os alunos da ECEC, acredito que seja interessante analisar alguns dos problemas do Modelo de Solow (década de 1950) e apresentar alguns personagens que participaram do progresso dessa temática. Sendo assim, um dos problemas do modelo está na natureza estática da função de produção, na qual a mesma tecnologia seria mantida para todo período t e recebe tratamento exógeno. Logo, o consumo per capita permaneceria constante em um dado nível, não havendo espaço para melhora no padrão de vida médio na economia ou sociedade. Além de que o modelo original não oferece nenhuma explicação sobre como e porque ocorre esse progresso tecnológico (exógeno). Nesse sentido, surgem ideias de modelos de crescimento endógeno e Romer (1986 e 1990) e Lucas (1988) são personagens importantes, pois incorporam os gastos em P&D e o “Capital Humano” ao desenvolver uma teoria de progresso tecnológico dentro de uma estrutura de modelos de crescimento econômico. Por fim, e para não alongar ainda mais o meu comentário, as externalidades positivas referentes ao acúmulo (capital humano) e expansão do conhecimento fez com que a tendência para retornos marginais decrescentes não fosse mais tão óbvia assim.

    1. De fato, para compreender a economia no Longo Prazo, é necessário compreender não somente as implicações do modelo macro completo abordado em Teoria Monetária, como também as contribuições de Solow (1950), Romer (1986) e Lucas (1988) na incorporação da discussão do Capital Humano e do Progresso Tecnológico que afeta o nível do produto de longo prazo. A análise de longo prazo resulta mais completa com a incorporação da discussão de eficiência, progresso tecnológico, inovação e produtividade total dos fatores.

  2. É interessante reparar como o trade-off entre inflação e desemprego afeta a oferta agregada, esta explicitada primariamente no mercado de trabalho. Primeiro, partindo do pressuposto que a os preços e salários se ajustam lentamente, há uma diferença nas curvas de curto e longo prazo. É também necessário notar que a existência da competitividade de preços e salários no longo prazo torna o coeficiente de sensibilidade da inflação ao gap do produto (diferença entre produto agregado e produto potencial) cada vez maior, tornando então a curva de oferta agregada no longo prazo vertical.

  3. No artigo intitulado “Unemployment, Basic and Monetary: the Classical analysis and the Keynesian”, publicado em junho de 1936 na Review of Economic Studies, David G. Champernowne afirma que a diferença entre a Teoria Geral de Keynes e a teoria clássica (representada por A. C. Pigou) reside nos pressupostos sobre a variável que é determinada no mercado de trabalho: para Keynes, o mercado de trabalho determina o nível nominal de salários e para a teoria clássica este mercado determina o nível real de salários. Segundo Champernowne esta diferença de visões está relacionada ao escopo de análise de cada teoria, que se traduz no grau de rigidez dos salários nominais frente a variações nos preços.
    Depois de muitos estudos realizados e abordados de uma maneira mais completa pelo artigo, Champernowne afirma que a análise clássica só é superior à keynesiana nos casos em que “só o desemprego básico existe e em que a incerteza e o nervosismo não são importantes” (p. 216). Portanto, pode-se afirmar que Champernowne conclui que a análise keynesiana é quase sempre a mais apropriada. E o fato de se poder afirmar isso, uma vez que o instrumental da teoria clássica não está preparado para dar conta das situações mais frequentes, não significa que consideramos a interpretação que Champernowne tem da teoria de Keynes esteja correta.
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-41612012000100007

  4. Apesar de Taylor em seu modelo ter tido a intenção de criar uma forma mais intuitiva de visão econômica, acredito que para níveis de graduação, mesmo que em estágios iniciais, o modelo macro completo apresentado no começo do post, e estudado no livro, é muito mais importante para o entendimento dos que buscam entender economia.
    Conseguir analisar os resultados causados pela interação entre taxa de juros e produto, taxa de juros e inflação e consequentemente as relações entre produto e inflação – a partir de mudanças nas variáveis propostas como consumo, investimento, gastos do governo, exportações líquidas, fricções financeiras, tributos, movimentos na taxa de juros a partir da política monetária, e também em seus componentes autônomos – causa muito mais entendimento pelo fato de você poder enxergar toda corrente de estímulos que existem ao invés de apenas analisar reações sucintas causando a impressão de que as curvas simplesmente pulam dado uma mudança em determinada variável.

  5. Em acordo com o que o João Augusto disse, acredito que o método de Taylor seja simplista demais, tornando a análise de eventos macroeconômicos muito “mecânica”, no estilo da economia das curvas que pulam. O modelo macroeconômico completo, apresentado no texto pelo grupo, aborda muitos aspectos que são de fato levados em consideração ao se analisar a demanda e oferta agregadas, o que nos faz entender melhor os efeitos de choques na economia sobre as variáveis de impacto na demanda e oferta, fazendo realmente com que compreendamos o “funcionamento do mundo”, como ressaltado pela professora.
    As principais e significantes diferenças, ao se comparar o modelo completo e o modelo de Taylor, são o fato de o modelo completo explicitar de fato todas as variáveis impactantes sobre oferta e demanda, e a curva de oferta de longo prazo, a qual, no modelo completo, é vertical. A análise dos resultados em si chega à mesma conclusão independente do modelo, entretanto, a justificativa de Taylor para desenhá-la na horizontal era de que assim não seria preciso desenhar continuamente as mudanças da curva de DA “até o fim da folha”. Entretanto, acredito que longo prazo seja mais plausível analisarmos mais mudanças no nível de inflação do que no produto potencial, justificando o uso da OA de longo prazo na vertical.
    Por fim, Taylor não se baseia fundamentalmente no modelo de Solow para explicar a macroeconomia a iniciantes, mas sim analisa o quanto ele é realmente relevante para o ensino, o que ele conclui que somente a relação entre o crescimento da produtividade do trabalho e o crescimento do capital por trabalhador mais o crescimento da tecnologia (ou seja, a equação básica que explica o crescimento econômico) deveria ser o ponto discutido, e não se aprofundar em explicar a estabilidade do crescimento.

  6. A ideia inicial da Regra de Taylor quando o autor de mesmo nome a fez era uma aplicação direta do que estava ocorrendo na economia dos EUA à época, no caso em 1993. A partir dela se podia determinar o quanto se aumentaria na taxa de juros para que a inflação se mantivesse próxima a meta. Uma curiosidade é que recentemente dois congressistas estadunidenses, Bill Huizenga e Scott Garrett, fizeram uma proposta para que ela de fato se tornasse lei no país. A ideia dos dois era justamente tirar o poder de discricionário do Fed.
    A partir disso, economistas do Terraço Econômico decidiram aplicar a Regra ao caso brasileiro para ver como se a ideia da adoção da politica faria sentido aqui no Brasil. O resultado é que houve uma grande aproximação do que se observou na economia ao que seria se seguissemos a regra de taylor.
    Fonte: http://terracoeconomico.com.br/a-regra-de-taylor-e-clara

  7. Os modelos de crescimento neoclássicos supõem que o limite fundamental ao crescimento de longo prazo é a disponibilidade de fatores de produção. A demanda agregada é relevante apenas para explicar o grau de utilização da capacidade produtiva, mas não tem nenhum impacto direto na determinação do ritmo de expansão da capacidade produtiva.
    Será verdade que a disponibilidade de fatores de produção é independente da demanda?
    Essa questão foi inicialmente analisada por Kaldor (1988), dando origem a assim chamada teoria do crescimento puxado pela demanda agregada. A premissa básica dos modelos de crescimento puxados pela demanda agregada é que
    os meios de produção utilizados numa economia capitalista moderna são eles próprios bens que são produzidos dentro do sistema. Dessa forma, a “disponibilidade” de meios de produção nunca pode ser considerada como um dado independente da demanda pelos mesmos. Nesse contexto, o problema econômico fundamental não é a alocação de um dado volume de recursos entre uma série de alternativas disponíveis, mas sim a determinação do ritmo no qual esses recursos são criados (Setter‑field, 1997, p. 50).

    Clique para acessar o v30n4a03.pdf

  8. Levando em consideração o caso brasileiro, o economista Enestor dos Santos estima um crescimento do PIB potencial de apenas 1% para 2016 em detrimento dos 3,5% em 2010. Algumas das principais causas apontadas por ele estão relacionadas à política fiscal e à previdência social, ambas referentes ao orçamento do governo e ao mercado de trabalho, respectivamente.

    Referência: http://istoe.com.br/pib-potencial-do-brasil-cai-de-35-na-decada-passada-para-1-em-2016/

    1. O que ele chama de PIB Potencial é um indicador de quanto um país consegue crescer sem gerar inflação adicional. Assim, ele não é necessariamente o crescimento do Produto Potencial que estudamos na faculdade. Vale apontar também que é comum a confusão de que o Produto Potencial é constante no tempo, ele muda sim e enfatizar isso é muito legal no seu comentário.

  9. O modelo de Taylor gera alguma críticas por ser bastante simplista. Além disso, não incorpora a possibilidade de que o Banco Central também objetive a estabilidade do produto (como é o caso de países como os EUA por exemplo, que perseguem tanto a estabilização da inflação, quanto do produto). O modelo de Taylor atribui papel fundamental às expectativas, porém seguem-se críticas quanto à sua dificuldadde de estimação e ajustamento. Pode ser escrito com base em variáveis dificil de mensurar (ex. taxa real de câmbio e expectativas de inflação).
    Porém, um ponto que me chamou a atenção no artigo “A Macroeconomia do Novo Consenso: Uma abordagem pedagógica ” foi a crítica ao ensino econômico na graduação brasileira e a insistência do aprendizado baseado em modelos IS-LM que já estão ultrapassados, sendo o Modelo de Taylor mais moderno e mais condizente com a realidade no âmbito das metas de inflação.

    Clique para acessar o i6-59178212ced04b6d6ca95cefcb926a25.pdf

  10. Gostaria de acrescentar a ideia de uma monografia, vencedora do prêmio do BCB sobre Regra de Taylor. No artigo, bem interessante, o autor tenta estimar a regra de Taylor para o sistema de Metas de inflação, nos incertos períodos de 2001 e 2002 do Brasil.
    Para mensurar, ele se vale de variáveis como o desvio da inflação em relação a meta e também a diferenciação do IPCA entre preços administrados e preços flexíveis.

    Clique para acessar o paulo.pdf

  11. Como foi citado no texto existe um trade-off entre inflação e desemprego no curto prazo. Nesse período os preços tendem a aumentar devido ao movimento crescente da demanda, e para diminuir os custos e tentar não elevar os preços, ocorre um corte no quadro de funcionários, essa redução de custos por meio do desemprego da mão de obra, representa um exemplo de trade-off entre inflação e desemprego no curto prazo.
    A curva que representa esse trade-off é chamada de Curva de Phillips, o qual foi o primeiro a examinar a relação entre as taxas de desemprego e os salários nominais. Porém, a curva de Phillips é um assunto que gera controvérsia entre os economistas, apesar de que hoje em dia, a maioria aceita tal argumento.
    Isso significa que, no período de 1 ou 2 anos muitos fatores políticos econômicos levam a inflação e o desemprego em direções opostas.
    As taxas de inflação no Brasil e no mundo apresentam um crescimento significativo, e possivelmente de acordo com a curva de Phillips, a tendência será elevar as taxas de desemprego, para reverter a inflação.
    Portanto, podemos concluir que para um país alcançar uma taxa de desemprego baixa, deve-se tolerar uma inflação elevada.

  12. É interessante mencionar que a regra de Taylor, dado a definição do texto acima, que diz que o aumento da inflação gera um aumento da taxa de juros real devido a um aumento em maior proporcionalidade que a inflação, da taxa de juros nominal, é utilizada como determinante da curva de politica monetaria, que é a relação entre a inflação e a taxa de juros real. É importante salientar, de acordo com o livro Mishkin, que essa curva é alterada devido a mudanças que o banco central, como o FED, realizam na politica monetaria.
    Um exemplo seria uma decisão, pelo banco central, de realizar uma politica monetaria expansionista, ou seja, diminuir a quantidade de reservas obrigatorias gerando assim uma maior quantidade de reservas em poder dos bancos comerciais e assim diminuindo a taxa de juros, deslocando esta curva para baixo, o que gera também efeitos sobre a curva de demanda agregada da economia, e neste caso seria um deslocamento da curva para direita devido a um aumento da renda agregada.

  13. Um dos elementos mencionados no texto é a curva IS, que, segundo Mishkin, é um dos blocos construtores da demanda agregada, que descreve a relação entre a taxas de juros real e o produto agregado, quando o mercado de bens e serviços está em equilíbrio, mostrando qual deve ser o produto agregado para cada dado nível de produto agregado. Conforme a taxa de juros real é aumentada, o gasto de investimento planejado e as exportações líquidas diminuem, o que por sua vez diminui a demanda agregada, o produto agregado tem que reduzir-se para que seja igual a demanda agregada e satisfaça o equilíbrio no mercado de bens e serviços. Esse é o motivo da curva IS ter inclinação negativa. Há várias rezões para que haja o “deslocamento” dessa curva, entre eles estão as mudanças nos gastos governamentais, as mudanças em impostos, mudanças nos gastos autônomos e mudanças nas fricções financeiras.

  14. Interessante notar a evolução do estudo econômico na segunda metade do Séc. XX. Agora com uma maturidade maior no curso, creio que os alunos conseguem separar as abordagens mais modernas, por exemplo, o modelo IS-LM visto em introdução a Macro, como ”superado”. Entendemos, então, os componentes da demanda e oferta agregados no modelo macro completo, e é possível estabelecer as variantes e como elas influenciam nossa análise. O mercado de câmbio visto no curso foi um complemento visto durante outras matérias, e agora vemos como ele tem influência sobre a demanda agregada. Obviamente que nem tudo é perfeito: não entendo ainda por que um modelo como o de Malthus é visto tão detalhadamente na matéria de crescimento econômico, sendo que foi feito antes da Rev. Industrial, e praticamente todas as conclusões lá endógenas são empiricamente inválidas.
    Enfim, trazendo uma aplicação recente, advinda das eleições norte-americanas, gostaria de compartilhar um vídeo do economista Ricardo Amorim, que traz uma perspectivas do mercado internacional relativas às possíveis atitudes do governo Trump, e na segunda parte das respostas conseguimos enxergar boa parte das aulas desse semestre, quando ele fala do mercado de títulos, de flutuações de curto prazo, das possíveis flutuações cambiais, aplicáveis aqui no artigo na apresentação da paridade de juros a descoberta, etc.
    Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=89nF7mCCTpc

  15. Taylor escreveu sua tese tendo como base a função de reação que analisou as taxas de juros. Estas foram relacionadas com a inflação e o crescimento econômico. Os bancos centrais regulavam sua taxa de juros com base no balanço de pagamentos. A regra de Taylor é derivada de três outras equações, sendo elas a Curva de Phillips, IS e MR. Phillips demonstra o trade-off de inflação e desemprego, que são inversamente proporcionais. A curva IS mostra a relação entre a taxa de juros e a demanda agregada da economia, ceteris paribus. E por fim, a curva MR, representa o equilíbrio entre inflação e o nível de produção do país.
    O principal mecanismo de manutenção utilizado na política monetária é a taxa de juros. Com um aumento da taxa de juros, os agentes consumem menos e poupam mais, tendo mais dinheiro para consumir no futuro. Isso depende da preferência intertemporal do agente. O consumo, investimento e poupança impactam e integram o PIB. Logo, a taxa de juros é muito importante para que a política econômica seja conduzida de maneira eficiente.
    http://dspace.insper.edu.br/xmlui/bitstream/handle/11224/1386/Caio%20Henrique%20Dos%20Santos%20Geraldo_Trabalho.pdf?sequence=1

  16. Pode-se dizer que há uma visão da macroeconomia que começou a apresentar evoluções a partir da introdução das expectativas racionais, teoria desenvolvida por Lucas.
    De acordo com essa visão, sob a perspectiva de crescimento econômico, que é uma preocupação das economias de forma geral, seria interessante destacar alguns fatos, como a tendência do produto real de longo prazo pode ser compreendida através de modelos de crescimento, onde o produto depende essencialmente dos fatores de produção capital e trabalho. Assim, o crescimento econômico depende de forma fundamental desses três componentes: produtividade do trabalho, capital por trabalhador e o desenvolvimento de novas tecnologias de produção

  17. Pode-se dizer, tendo o modelo americano em mente, que a regra de Taylor depende da meta de inflação e do PIB potencial de uma economia. O sistema de metas de inflação foi incorporado ao Brasil devido momento de crises, como medida de aumentar a credibilidade do país perante o mercado. Dessa forma, como mencionado no texto, uma alteração da inflação que leva os Bancos Centrais a mudarem a taxa de juros refletirá na oscilação do produto real. Do mesmo modo, quando ha mudanças na política monetária, de cunho expansionista por exemplo, a demanda agregada se deslocará. A metodologia levou até a defesa do sistema de metas de inflação quando comparado ao sistema de câmbio fixo, concluindo que o primeiro é provavelmente superior quando espera-se desempenho conjunto das taxas de inflação e do crescimento econômico.Em artigo do portal do Banco Central brasileiro, foram encontrados resultados que salientaram a política monetária brasileira reagindo mais às variações dos preços livres do que às variações dos preços administrados.
    Em artigo, Mollo (2004), discute a neutralidade da moeda quando ha impulsões monetárias, que surgem de política expansionista. O autor afirma que estas, apenas levam ao aumento da inflação, pois a moeda é neutra e não pode afetar de forma permanente as variáveis reais da economia, ou oferta. Dessa forma, na regra de Taylor, as variações na taxa de juros não podem afetar o produto potencial ou a capacidade produtiva da economia (que se presume estar no nível de pleno emprego).

    MOLLO, M.L.R (2004). “Ortodoxia e heterodoxia monetárias: A questão da neutralidade da moeda”. Revista de Economia Política.

  18. É importante lembrar como a regra de Taylor traz uma nova forma de ver como a taxa de juros reage a choques. A adição dessa regra, mostra-nos que o Banco Central passa a agir ativamente na taxa de juros levando a estabilidade de maneira mais rápida e eficiente, enquanto que nos modelos de macro 1 esse ajuste tinha origem no ajuste por parte dos agentes em seu portfólio.

  19. No Brasil, a aplicação da Regra de Taylor, também conhecida como função de reação do banco central, aponta que, “ao elevar a taxa de juros, a autoridade monetária até consegue uma redução na inflação e no crescimento do PIB. Entretanto, estes impactos ficam, sobremaneira, amortecidos pelo aumento da relação dívida/PIB e, por conseguinte, pela probabilidade de default do país. Este aumento na probabilidade de default, mais do que explicar as altas taxas de juros, deve ser explicado, em grande medida, por elas.”
    (Disponível em http://www.anpec.org.br/revista/vol4/v4n2p333_361.pdf)

  20. O artigo “Teaching Inflation Targeting: an Analysis for Intermediate Macro” de Carl E. Walsh, traz algumas conclusões interessantes sobre a relação entre a meta de inflação e a condução da política monetária visando a estabilização da inflação e/ou produto. O autor mostra que podem existir duas visões para a relação entre o ‘gap’ do produto e e a inflação: a primeira se dá pela curva de Phillips padrão e a segunda pela forma reduzida da demanda agregada que enfatiza o papel importante que o Banco Central possui na política de escolha entre uma variação do produto ou da inflação.
    Coloca em discussão também o fato de que as expectativas do agentes sobre a inflação, flutuações na demanda e outros fatores que influenciam o equilíbrio econômico, podem ser analisadas todas num mesmo quadro. Porém, excluiu o problema da inconsistência dinâmica de sua análise.
    Walsh desenvolve todo seu texto propondo um modelo mais compreensível para os alunos de graduação ou não tão avançados, mostrando que um modelo mais intuitivo leva à uma melhor compreensão dos problemas do mundo macroeconômico.

  21. Uma discussão interessante que pode ser levada ao artigo são os efeitos da recente eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos da América. Isto é, o presidente eleito vinha fazendo constantes sugestões de políticas monetárias expansionistas em sua campanha, as quais tem chance de se realizarem.
    Consequentemente, baseando-se no modelo de macroeconomia moderna e no seguinte ponto apontado pelo post: “expectativas de inflação e decisões políticas futuras são endógenas e quantitativamente significativas”, teríamos um cenário de incertezas e um possível aumento da taxa de juros dos EUA, via Regra de Taylor.
    Já no Brasil, em meio à essa incerteza, a corrida para os ativos livres de risco pode resultar em uma revisão para as próximas projeções dos níveis da taxa básica de juros nacional, a Selic. Fato este, que já pode ser evidenciado nas ações dos agentes econômicos e nas formações de expectativas como apresentado na notícia do site InfoMoney, na qual a perspectiva de ajuste foi alterada de 13,50% a.a. para 13,75% a.a..

    http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/5812575/efeito-trump-sobre-selic-itau-muda-projecao-para-juros-2016

  22. Segundo, o professor Carlos André, na teoria ecônomica do crescimento, o modelo de Solow-Swan é um modelo neoclássico do crescimento, cujo nome foi dado em homenagem ao Prêmio de Ciências Econômicas Robert Solow. Este modelo estuda o crescimento da economia de um país em um longo período. Ele apresentou como fonte de crescimento econômico: a acumulação de capital, o crescimento da força de trabalho e as alterações tecnológicas. Robers Solow preocupou-se em demonstrar que o produto per capita é uma função crescente da razão entre capital e trabalho. A força de trabalho cresce a uma taxa natural (exógena ao modelo) então é necessária uma quantidade de poupança per capita, que deve ser utilizada para equipar os novos trabalhadores com uma quantidade de capital per capita K, igual a dos outros trabalhadores. Outra parte da poupança deve ser utilizada para garantir a não depreciação do capital. A primeira parte da poupança citada acima para equipar os novos trabalhadores é chamada “alargamento do capital” (expansão da força de trabalho) e a poupança utilizada para aumentar a razão capital-trabalho se chama “aprofundamento do capital”. Para alcançarmos a situaçao de steady state (estado estável) é necessário que a poupança per capita seja igual ao alargamento do capital. O capital por trabalhador K, tem um rendimento decrescente então chegando a esse ponto de equilíbrio não adianta investir mais no trabalhador que está na situaçâo da poupança per capita igual ao alargamento do capital porque não se estará maximizando a produtividade deste trabalhador. Ficando evidente que o artigo de taylor no blog, não utilizou o modelo de crescimento de solow como base.

    https://barbosadejesu.wordpress.com/2010/07/12/o-modelo-de-crescimento-de-solow-teoria-economica/

  23. Em um modelo antigo onde não há a Regra de Taylor, os movimentos de mudança da demanda acontecem pela realocação do portfólio dos agentes, e esse processo é mais demorado do que quando existe a intervenção do banco central ao realizar política monetária. Um exemplo simples seria um choque de demanda positivo, cuja fonte poderia ser política fiscal, choques nas variáveis autônomas (componente autônomo do consumo, investimento, etc), ou fricções financeiras. Nesse caso há um aumento do produto e da inflação, e com uma política monetária ativa restritiva, o banco central consegue estabilizar tanto o produto quanto a inflação.

Deixar mensagem para Tales Costa Cancelar resposta