Mercados Financeiros

Do Mercado Financeiro, Bolsa de Valores e Ações.

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Autores: Grupo 4 – REC2201-Macroeconomia 2017

 

“O Mercado Financeiro torna possível o comércio de mercadorias, câmbio e valores mobiliários, permitindo a angariação de capital, transferência de risco e o comércio internacional. Exerce, portanto, um papel primordial no entendimento da economia. Ele é composto pelo Banco Central do Brasil, que executa as normas do Conselho Monetário Nacional, Comissão de Valores Mobiliários e Instituições Financeiras, nas quais encontramos as bolsas de valores, sendo a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão: resultado da fusão da BM&FBOVESPA e a prestadora de serviços financeiros Cetip- a única do Brasil.

A bolsa de valores organiza as negociações de ações e títulos em um ambiente seguro, garantindo que o investidor ou a empresa recebam o dinheiro que decorreu do encontro das empresas que abriram capital com os investidores. Sua segurança e eficiência decorre da existência da CBLB (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), uma empresa com fins lucrativos, filiada à B3 e responsável pela tutela das ações e títulos privados no mercado financeiro.

As ações estão divididas em dois grupos gerais: as ações ordinárias e as ações preferenciais. Todas são nominativas, o que significa que seu detentor é identificado nos livros de registro da empresa. As Ordinárias Nominativas (ON) são aquelas que possibilitam ao acionista, além do lucro, o direito de voto nas assembleias. Esses tipos de ações geralmente são menos procurados que as Preferenciais Nominativas (PN) – as quais visam somente ao lucro- são dificilmente negociadas por seus donos e, logo, possuem menor liquidez.

É fundamental salientar a importância das corretoras, que exercem o papel fundamental de intermediar as negociações entre os compradores, os vendedores e a bolsa no mercado primário. Pode-se presumir (incorretamente) que o intervalo entre as operações do mercado primário e secundário é grande; porém, a ferramenta denominada Home Broker torna possível que grande parte das negociações ocorram de forma automática e independentes da mesa de operações. A rapidez e eficiência tornam possível o processo de alavancagem, empregado nas operações de mercado futuro (operações de curto prazo) ou nas de day trade (vão até o encerramento do pregão do mesmo dia).

Embora os rendimentos obtidos na bolsa sejam formidáveis, ainda é muito pequena a parcela de brasileiros que investem em ações. Isso se deve, em parte, à insegurança por não entender e conhecer os mecanismos do mercado financeiro. Por isso, grande parte do volume de transações da Bovespa é negociado por investidores estrangeiros. Há uma tendência, porém, para que isso mude. A BM&FBOVESPA divulgou em 2016 números que expressam a participação de pessoas físicas investindo. A quantidade de investidores, que em 2002 era de 85.249 pessoas, passou a ser quase 560.000 pessoas. Um crescimento de mais de 6x.

Expressões como “a bolsa fechou em alta” ou “houve queda na bolsa” estão relacionadas ao Ibovespa, um indicador de desempenho médio em tempo real das cotações de ações e “pacotes de ações” das companhias de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro – como Bradesco, Itaú Unibanco, Vale e Ambev. O índice considera instantaneamente os preços de todos os negócios efetuados no mercado à vista (lote padrão) envolvendo as ações que compõem a carteira de ativos deste indicador.

Ao analisar o livro de ofertas de compra, percebe-se que existem ofertas a diferentes preços, uma vez que investidores querem comprar a preços distintos. Neste caso, a oferta que traz o preço mais alto aparecerá em primeiro lugar, no topo da lista, e o valor de uma ação é determinado pelo preço do último negócio fechado: se vale 10 reais, isso quer dizer que a última negociação foi feita por esse valor.

Ao conduzir o encontro dos poupadores e dos investidores, então, o mercado de ações incentiva a geração de poupança de longo prazo, a qual tem importância incontestável no processo de crescimento sustentado da economia e no aumento da saúde financeira das empresas.”

Referências: http://www.lomecard.com.br/como-funciona-a-bolsa-de-valores-aprenda-a-investir/

http://www.infomoney.com.br/

https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/home

https://app.tororadar.com.br/universidade/#/cursos/

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm

http://br.advfn.com/indice/ifix

 

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34 comentários em “Do Mercado Financeiro, Bolsa de Valores e Ações.”

  1. Acho de suma importância que esse post tenha sido feito para que cada vez mais pessoas entendam que é possível investir suas poupanças de maneira mais rentável que nas habituais da população brasileira. Há pesquisas que mostram que leigos em finanças creem que toda e qualquer ação na bolsa é operada como operam os traders. Apesar de haver uma ilusão de que a profissão de trader é extremamente rentável e simples de ser exercida, creio que é um ledo engano pois para analisar o mercado a curtíssimo e curto prazo e ao mesmo tempo se aproveitar da volatilidade do mercado financeiro é preciso absorver os fatos e saber como agir perante a eles. Além de ser um fator essencial no mercado de ações por dar liquidez a ele e também precificar os ativos em seus prazos de ação.

    1. Realmente, Beatriz! Para driblar as perdas, os traders precisam agir rápido e objetivamente e evitar uma perda maior ocorrida pela volatilidade do mercado financeiro.
      O brasileiro faz um grande uso da poupança há mais de 30 anos. E não é por acaso: a dificuldade encontrada para definir a estratégia e objetivo do investimento, traçar o perfil do investidor e dividir a carteira de investimentos em prazos é alta. No entanto, a probabilidade de que a informação se propague é cada vez maior devido ao recente enriquecimento das classes B e C. Há, dessa forma, uma tendência para o crescimento da quantidade de investidores.
      Fiz uma pesquisa e notei que a maioria dos investidores opta por investir em fundos de renda fixa (79%) e apenas cerca de 30% investe em ações diariamente. Outro dado relevante é que apenas 25% compara a rentabilidade com outros investimentos e fundos de outras instituições. Ou seja, o brasileiro busca por segurança, rentabilidade e liquidez (link do artigo: http://www.webartigos.com/artigos/uma-analise-sobre-o-perfil-do-investidor-brasileiro/124008/)
      Além disso, devido ao nosso passado de inflação violenta, muitas vezes o brasileiro prefere possuir um bem físico (como uma casa) como patrimônio por acreditar ser mais seguro, uma vez que um dos únicos bens que não perdiam tanto seu valor eram os imóveis.

      1. Ótimo artigo, Lina. De fato, os investidores brasileiros se caracterizam por serem mais conservadores, devidos mesmo a fatores históricos, os quais se agregaram à nossa cultura. O temor pelos riscos/implicações que a aquisição de uma ação possa trazer é o que influencia, e muito, nessa posição mais conversadora também, o que acaba fazendo com que o investimento em renda fixa seja maior aqui no Brasil do que em renda variável.
        Porém, não podemos deixar de nos atentar ao fato de que o investimento em renda fixa é bem vantajoso, nacionalmente falando. As taxas de juros brasileiras são altas, com Selic fechada em 11,25% no último mês. Quando comparada com as taxas de juros de outros lugares, como Estados Unidos ou países da Zona do Euro, os quais apresentam maiores percentuais de investimento em ações e baixíssimas taxas de juros (só no último mês, 0,50% e 0%, respectivamente), vemos certo diferencial brasileiro, o que corrobora para um maior estímulo ao investimento em renda fixa aqui.
        Acaba que quando o investidor coloca as suas opções de investimento na balança, contando seus possíveis riscos e benefícios, optará pelo investimento por renda fixa tanto por esse citado desconhecimento sobre o funcionamento do mercado de ações quanto, também, pela característica nacional de rentabilidade com a taxa de juros nacional.

  2. Gente,a CBLC não existe mais, deu-se lugar a uma câmara de ações,com sistema chamado PUMA para negociação de títulos de renda variável (mercado a vista e derivativos) e BovespaFix, para títulos privados de renda fixa.
    A Câmara de ações atua como depositoria central de ações, títulos de divida corporativa e programa de empréstimo sobre os títulos (BTC).

    A compensação é feita de forma multilateral,e a BVMF&Bovespa como contraparte central, por isso não houve mais a necessidade da existência da CBLC. A liquidação financeira é feita através do Sistema de transferência de reservas (STR). Atuam ainda como agente de compensação os bancos,corretoras e distribuidoras de títulos, que tem acesso direto ao STR. Lembrando que o STR é gerido pelo BC.

    1. Obrigada Ricardo por apontar o erro na informação e explicar essa mudança.
      Como foi dito/mostrado por dados no texto e posteriormente reforçado por alguns nos comentários, esse é um mercado que gera várias dúvidas, já que muitos não entendem como ele realmente funciona. A questão do sistema foi um mecanismo que o grupo não tinha muito conhecimento e isso acabou por levar em um erro de pesquisa, já que não tínhamos ciência dessa mudança. Devido a esse problema, pedimos desculpas a todos pela informação não atualizada.
      Fiz uma pequisa e encontrei relatos de que poucos agentes de mercado atentaram para esta mudança, até porque não houve publicidade da BM&FBovespa a altura deste evento, fator que provavelmente influenciou esse erro.

  3. Gostei bastante do trabalho, parabéns ao grupo! Foi trazido de forma mais simples esse assunto que parece ser tão complexo… Eu, assim como muitos brasileiros, não tive a iniciativa de tentar entender como funciona o mercado financeiro, como se dão as compras e vendas de ações, pois, de acordo com uma pesquisa “‘Educação Financeira’, realizada pelo Instituto Rosenfield a pedido da BM&FBovespa, apenas 1% dos entrevistados investe em papéis listados na bolsa, enquanto 44% investe na caderneta de poupança” (http://www.infomoney.com.br/onde-investir/acoes/noticia/2636385/brasileiro-conhece-pouco-bolsa-acha-que-para-ricos), isso ainda em 2012, e por isso fico me perguntando: há algum modo de levar esse conhecimento a um público mais amplo?

    1. Há hoje cursos que visam explicar o funcionamento desse mercado e estimular o investimento no mesmo. A BM&BOVESPA oferece diversos cursos para esse fim, os quais podem ser encontrados na área institucional do site da mesma ( segue o link: https://educacional.bmfbovespa.com.br/cursosonline). O Toro Radar, também oferece cursos e Ebooks gratuitos para o mesmo fim, os quais são administrados de forma rápida e bem explicativa e que podem ser encontrado no site do mesmo (segue o link: https://www.tororadar.com.br/como-investir-na-bolsa-de-valores?utm_campaign=71829948&utm_term=2546129268&utm_source=toro%20radar&utm_medium=cpc e https://www.tororadar.com.br/ebook?utm_campaign=71829948&utm_term=2546129268&utm_source=toro%20radar&utm_medium=cpc).
      Entretanto, o problema está no alcance que isso tem, já que a maioria das pessoas nem mesmo sabem que esses cursos existem. Sendo assim, acredito que a questão é divulgar essas plataformas a um público cada vez maior.

      1. Além dessas plataformas já citadas, existem até entidades em nossa própria faculdade que tem como objetivo disseminar o conhecimento sobre mercado financeiro a uma parcela da população que não tem conhecimento sobre, porém o brasileiro ainda se mantém muito inseguro a respeito de investimentos, principalmente em bolsa de valores, e concentra seus “investimentos” principalmente em poupança de instituições bancárias (http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/por-medo-de-riscos-brasileiro-continua-apegado-a-poupanca/) como diz essa notícia, o brasileiro tem medo de riscos, e um dos motivos é a própria história econômica do Brasil: sempre muito instável, nunca se sabe o que virá em curto, médio prazo do ponto de vista econômico ( vale ressaltar também que durante o governo Collor houve o confisco das poupanças), todos esses fatos deixam os brasileiros inseguros na hora de investir.

      2. Gostaria de complementar o que foi citado pelo meu amigo Rafhael, na qual também faz parte da entidade da nossa faculdade CMF (Clube de Mercado Financeiro), a parcela da sociedade que não tem conhecimento sobre mercado financeiro e investimentos em geral se apresenta de forma muito majoritária , muito por motivos de insegurança e incertezas que o cenário econômico brasileiro apresenta corriqueiramente , como foi muito bem lembrado .Acredito que o principal motivo de optarem por investimentos de baixo risco e com isto de baixo retorno, é a alta demanda de liquidez, sendo assim optando por terem investimentos que não necessitam de maturidade, com isto a poupança é muito utilizada pelos brasileiros, aliada pelo medo de não ter o dinheiro no amanha, devido as constantes flutuações na demanda agregada.

  4. Eu fiquei em dúvida sobre o que é um Home Broker, e fui pesquisar, e se trata “Tudo começa na Bolsa de Valores, onde existem pessoas querendo comprar e vender ações, e o Home Broker nada mais é que uma plataforma online que tem como objetivo conectar e permitir a negociação entre estas duas pontas. O Home Broker é uma ferramenta que permite a negociação de ações via internet. De forma simples, rápida e eficiente. […] é a ferramenta responsável pela comunicação entre o cliente, a corretora e a Bolsa de Valores.” Recomendo a leitura deste site, que fala um pouco mais sobre as diferenças entre o Home Broker e mesa de operações: https://www.tororadar.com.br/home-broker-o-que-e

    1. De fato, o mercado de ações e a bolsa de valores é um assunto que gera muita dúvida. A existência do Home Broker, por exemplo, é desconhecida por muita gente.
      Compartilho de sua recomendação da leitura desse site, que traz informações mais aprofundados de como funciona o Home Broker e deixo aqui a dica para aqueles que possuem interesse de entender melhor o funcionamento desse mercado. O Toro Radar oferece cursos gratuitos de como investir em ações e explica o funcionamento desse mercado e inclusive, foi através dele que muitas informações foram tiradas para a elaboração do trabalho.

    2. Concordo com vocês! Acredito que quanto mais essas ferramentas forem expostas e conhecidas pelo mercado, os brasileiros podem se estimular a se interessar pelo assunto e investir na Bolsa, percebendo que existem maneiras simples e ferramentas fáceis que dão suporte aos leigos.

  5. O investimento financeiro é baseado na decisão das famílias entre consumir no tempo presente ou no futuro, em função do retorno que obtiverem pelos fundos. Em uma sociedade de cultura imediatista tal qual estamos, que valoriza muito a possibilidade do consumo presente (conforme Zigmunt Bauman aborda em sua obra “Vida para consumo” (2007)), essas características sociais poderiam ser apontadas como um dos diversos fatores que contribuem para que a escolha desses agentes econômicos resultem em uma baixa porcentagem de investimentos, conforme dados apontados no texto acima.

    1. Acredito que esse seja um ponto bem colocado. Na pesquisa encomendada pela BM&FBovespa em 2012, foi constatado que mais da metade dos entrevistados não investem, porque não possuem nenhuma sobra de dinheiro no fim do mês.

    2. Realmente, Noemi! Segundo pesquisas, nós, brasileiros, não maximizamos retornos de longo prazo e não conseguimos entender muito sobre riscos.
      Na década de 90, essa inviabilidade do planejamento se devia às elevadas taxas de inflação: ao comprar a prazo, a inflação ocasionava o pagamento das prestações iniciais elevadas.

  6. Vale a pena ressaltar também que o Brasil, quando comparado ao resto do mundo, é visto como um país ainda jovem. Nosso sistema financeiro teve seu inicio somente com a vinda da Coroa Portuguesa, em 1808, enquanto isso os países europeus já contavam com sistemas financeiros maduros.O atraso no amadurecimento do nosso sistema financeiro reforça o hábito cultural do brasileiro de não poupar, ou quando o faz, de não investir. A nossa cultura é imediatista e valoriza muito a possibilidade do consumo presente, ou seja, ter o dinheiro e poder gastá-lo ao invés de guardar, investi-lo para ganhar rendimentos e consumir no futuro.Além do fator cultural, as escolas brasileiras não contam com nenhuma disciplina sobre educação financeira. Os cursos superiores seguem essa mesma linha, a não ser que o curso escolhido seja diretamente ligado a essa área.

    1. Como citado, o fator cultural é um ponto a ser discutido. Em uma pesquisa encomendado pela BM&FBovespa em 2012, foi constatado que 43,5% dos entrevistados não investem na bolsa por não possuir conhecimento. As escolas brasileiras realmente não oferecem nenhum tipo de contato com esse mercado, assim também como os cursos superiores que não são da área -como dito por você. Essa é uma discussão que já tive várias vezes em grupos de amigos, que também sentem a falta desse recurso.
      Nessa mesma pesquisa, Mais da metade (52%) dos entrevistados disseram preferir investimentos de baixo risco e baixa rentabilidade. O brasileiro de fato, possui desconfiança em relação as instituições e prefere o consumo imediato, seja por renda baixa, falta de conhecimento e diversos outros fatores.
      A questão do atraso no nosso sistema financeiro foi um ponto bem colocado, já que questões históricas são importantes para entender o comportamento de um grupo.

    2. Sim, Isabela!
      Até 1945, todas as funções de autoridade monetária eram exercidas pelo Banco do Brasil. A criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), concedeu ao órgão a função de controlar o mercado financeiro e combater a inflação.
      O Banco Central surge da Sumoc, em 1945, mas só é Nosso Banco Central surgiu apenas em 1945 da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc). Porém, a Sumoc, devido à atritos causados pela ambiguidade de funções com o Banco do Brasil, só conseguiu operar de fato em 1955 – 42 anos depois da criação do Fed.

  7. Primeiramente gostaria de agradecer o trabalho, e o invoque dado ao mercado de ações foi uma surpresa muito agradável, como alguns comentários anteriores ressaltaram é um mercado um tanto quanto desconhecido pela população brasileira.
    Porém tenho uma dúvida: o último paragrafo do texto diz que a venda de ações para o mercado gera poupança de longo prazo, me parece um pouco estranho, pois como vimos na aula de contabilidade empresarial é necessário que as empresas peguem dividendos aos compradores das ações, de acordo com o resultado do seu exercício comercial, então me engado se o dinheiro arrecadado pela venda de ações compensaria os dividendos distribuídos pela empresa gerando assim uma poupança a longo prazo.

    1. Realmente, um ótimo artigo e que explica de forma simples um assunto bem complicado. Sobre seu questionamento Matheus, a venda de ações e títulos são duas formas por meio das quais as empresas podem levantar fundos para arcar com seus investimentos. Como vimos em aula, na previsão dos retornos futuros há sempre uma dose de incerteza, que pode ser parcialmente sanada através de instrumentos matemáticos/econométricos. Devemos partir do pressuposto, que uma empresa ao ofertar títulos ou ações no mercado financeiro, prevê um retorno dos seus investimentos a uma taxa acima do que estima ter que pagar aos ofertantes do crédito. Em última instância, se as empresas considerarem os juros como muito altos ou acima dos retornos esperados, provavelmente optará por deixa de investir, adiar seus planos para um momento mais oportuno.

      1. Por outro lado, ao pagarem juros e dividendos sobre o capital tomado emprestado, as empresas oferecem benefícios para os poupadores. Que optam por guardar hoje para consumir mais amanhã. Quanto maior o retorno para as famílias, mais estas tenderão a aumentar a poupança geral da economia.

  8. Como já dito, grande parte dos brasileiros não tem conhecimento de como funciona o mercado de ações. Em grande parte eles acretidam que o mercado se resume as operações de curto prazo, falta a informação de que é possível operar a longo prazo e com um menor risco no mercado de ações e ainda sim garantir bons rendimentos. Entretanto o investimento de ações a longo prazo é algo que realmente faz muito sentido. Enquanto no curto e médio prazo a tendência do mercado é passar por fortes ocilações, no longo prazo ele costuma mostrar uma tendência mais forte de alta. Assim até mesmo o brasileiro mais avesso ao risco tem uma oportunidade de investir em ativos de maneira segura e rentável.

  9. É importante lembrar que existem inúmeros ativos livres de risco disponíveis no mercado financeiro que, na maioria das vezes, tem um retorno maior do que a clássica caderneta de poupança.
    Vale destacar os títulos do Tesouro Direto, entre eles os títulos com retornos prefixados e os atrelados a um índice de inflação, para o investidor que quiser manter a garantia do poder de compra no futuro.
    E os CDBs que são títulos de renda fixa. Para esse ativo o investidor tem seu patrimônio protegido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em um valor de até R$250.000

  10. Após ler sobre a alocação de recursos feita pelos Mercados Financeiros fiquei curioso sobre o tema e assim pesquisei sobre ele. Na pesquisa constatei que embora o Mercado Financeiro pareça ser uma maneira extremamente eficiente de garantir investimento e consequentemente o desenvolvimento econômico, ele atualmente está proporcionando alguns problemas devido ao super crescimento de finanças improdutivas. Como esse artigo mostra ( http://evonomics.com/financialization-hidden-illness-rana-foorohar/ ), apenas 15% do dinheiro fluindo nas instituições financeiras acaba se convertendo em investimento de negócios. O resto é movido em torno de um ciclo financeiro fechado, através da compra e venda de ativos existentes, como imóveis, ações e títulos. E isso se converte em um ciclo que aumenta a desigualdade, já que os 25% mais ricos da população é quem é dono da grande maioria desses ativos. Quem ficou interessado recomendo muito que leia o artigo todo.
    Além disso queria recomendar um filme que mostra um pouco de como funciona algumas coisas dentro de um banco de investimento. O filme chama Margin Call ( http://www.imdb.com/title/tt1615147/ ) e mostra como os funcionários de um banco de investimento vivenciaram o dia anterior ao início da crise de 2008.

  11. Como também não tenho muito conhecimento sobre o assunto, fui fazer uma pesquisa sobre para entender melhor alguns conceitos que estão no texto e, também, encontrei a informação de que os negócios são feitos em lotes de ações – mercado integral – que é uma quantidade mínima de ações que devem ser negociadas em conjunto. Por exemplo, se a ação de uma empresa está cotada em R$13,00 e o lote padrão dessa ação é de 1.000 ações, então para fechar o negócio é preciso desembolsar R$13.000,00. Os negócios são feitos em lotes de ação para facilitar os negócios com os ativos e, assim, dar mais liquidez ao mesmo e assegurar uma maior estabilidade no preço da ação. A facilitação se dá porque, com a obrigatoriedade de negociação em lote de ações, compradores e vendedores enviam suas ordens nos múltiplos do lote padrão. Fica assim, mais fácil compradores encontrarem vendedores e fazer a transferência de vários ativos em um único negócio. A liquidez vem com a facilidade de negociar quantidades maiores em menos negócios. Mas, para pequenos investidores, esse mecanismo diminui as possibilidades de investimento. Há, então, o mercado fracionário onde as ações são negociadas unitariamente. Em geral, as ofertas de venda no mercado fracionário são ligeiramente mais altas que as do mercado integral e as ofertas de compra são mais baixas. Em outras palavras, no mercado fracionário o spread (diferença entre as melhores ofertas de compra e venda) é maior.
    Por possuir menor volume de negociação, a liquidez no mercado fracionário também é menor. Ou seja, é mais “fácil” comprar/vender ações no mercado integral do que no mercado fracionário.

  12. Parabéns ao grupo pelo texto, muito bem escrito e com linguagem simples.
    Sempre tive dúvidas em relação a como uma ação é precificada, afinal, como a maioria brasileira, desconheço boa parte desses mecanismos. Quando se trata de fazer um valuation de uma empresa, considera-se tanto ativos como passivos, o fluxo de caixa descontado, e outros indicadores como o EVA (Economic Value Added). No caso, ao comprar ações de uma empresa, o, então, sócio tem direito a uma parcela dos resultados, que podem ser incorporados ao valor do título e/ou ser entregue na forma de dividendos. Mas sabemos que os indicadores “palpáveis” apenas, não determinam o PREÇO DE MERCADO, ou seja, o preço efetivo pelo qual as ações são transacionadas. A “pista” para mim veio na parte do Livro de Ofertas.
    Sempre imaginei que os preços fossem determinados pelas empresas, por algum algoritmo, e que assim que um agente decidisse vender, a venda era efetivada instantaneamente, e os títulos ficariam “flutuando por aí” na bolsa até outra pessoa resolver comprá-los, ou algo do tipo, mas na verdade é bem mais simples. Primeiramente, trata-se de uma decisão feita exclusivamente por compradores e vendedores, exatamente como foi exemplificado pela professora Roseli na dinâmica das cartas de poker na primeira aula. Ambos os lados ofertam os preços pelos quais gostariam de transacionar, e quem tiver a melhor oferta fecha o negócio, simples assim. No caso do Livro de Ofertas, as melhores ofertas são indicadas no topo da lista, e como acesso a essas informações, os agentes tem sua decisão afetada pelo conhecimento dos valores. Seria o equality/número de ações o preço de equilíbrio desse mercado?

    http://www.infomoney.com.br/educacao/guias/noticia/566811/livro-ofertas-conheca-melhor-funcionamento-mercado-acoes

  13. Primeiramente, parabéns ao grupo pelo texto. O estudo dos mercados financeiros é interessante justamente quando observamos a que eles se prestam: alocar recursos escassos segundo as preferências dos agentes econômicos. Preferências temporais e de risco, por exemplo. É lá que os empresários observam onde e como os consumidores estão dispondo seus recursos, de forma a tentar compreender suas preferências e, assim, se ajustar no mercado a longo prazo (o economista Eugen von Böhm-Bawerk chamava esse processo de roundaboutness). Quanto às preferências de risco, além do mercado futuro (mencionado no artigo), que estabelece um compromisso de transação futura, vale mencionar também o mercado de opções, através do qual o agente, depois de uma avaliação de mercado, paga um prêmio para adquirir o direito de fazer uma negociação sob custos previamente definidos. Menciono, por último, o hedge accounting, estratégia contábil através da qual os agentes buscam, minimizar a volatilidade de seus resultados, dadas estas operações de risco mencionadas.

  14. Gostaria de desejar parabéns ao grupo, por facilitar a compreensão de um assunto que eu tenho pouco conhecimento. Fiquei com um pouco de dúvida, sobre a parte das integradoras do mercado. Existe algum motivo para a Cetip ser a única integradora de mercados financeiros no Brasil? Seria devido ao nosso atraso do nosso sistema financeiro, mencionado pela Isabela?

  15. É interessante notar que a falta de conhecimento pelo investidor a respeito do mercado ou a falta de leis e normas que regulamentem e deem mais garantias sobre modalidades de investimento coletivas como fundos e clubes de investimento, podem inibir o investidor não só devido aos preconceitos referentes ao risco, mas também devido aos custos de transação envolvidos. Uma pessoa que tenha, por exemplo, uma poupança mensal de R$ 2000,00 e quisesse investir em 10 ações para diluir os riscos incorreria em um custo de corretagem de R$ 200,00(10* R$ 20,00, considerando a taxa de corretagem do Home Broker da corretora ágora(R$ 20,00) ), ou seja 10% do investimento, custo de transação bastante elevado para esse investidor que poderia ter custos de transação mais baixos caso tivesse maior conhecimento do mercado e investisse em cotas de um único fundo de ações com uma carteira já diversificada e portanto coerente com sua estratégia de investimento.

  16. Ótimo artigo, meninas! De fato, acredito que há uma questão cultural importante em relação ao investidor brasileiro, que é até hoje extremamente conservador, devido principalmente à questões históricas – hiperinflação, confisco de poupança e por aí vai. Além disso, como o Marcelo e a Noemi ressaltaram, o imediatismo do consumo também é um fator que contribui para a falta de investimentos de longo prazo, já que o possível investidor escolhe consumir hoje e não amanhã. Isso, somado à falta de conhecimento da população não só sobre o mercado financeiro, mas sobre finanças em geral, compõe o perfil do brasileiro hoje. Sabemos que o principal “investimento” no portfólio brasileiro é a poupança e que parte da população ainda guarda o dinheiro em casa, de forma que acabam perdendo dinheiro já que não é nem corrigido à inflação. Nesse contexto, o mercado de ações é ainda mais “mistificado” por creio eu, pura falta de informação, apesar de renda variável ser realmente um investimento complexo ao compararmos à investimentos de renda fixa como títulos públicos ou CDBs por exemplo. Gostei também que foi citado o papel das corretoras atualmente, que têm aproximado o brasileiro do mercado financeiro.

  17. Parabéns pelo texto, pessoal. Acho interessante lembrar que o brasileiro investe pouco porque também poupa pouco. Daí, realmente, a questão da cultura imediatista pode pesar na propensão das pessoas a poupar. Porém o debate é muito mais extenso e abrange características estruturais da nossa sociedade. O nosso sistema de previdência, por exemplo, entra nessa discussão: países com sistemas previdenciários menos “seguros” tendem a ter taxas de poupança maiores (aqui entra o papel da incerteza, que foi tão debatida em sala: as pessoas terão que poupar mais para garantir uma boa qualidade de vida em um futuro menos previsível). A China (onde a taxa de poupança ultrapassa 40% em relação ao PIB, segundo dados do Banco Mundial), por exemplo, vem, desde 2014, aumentando os gastos em seguridade social visando expandir a demanda agregada e, portanto, diminuir o investimento.
    A questão da poupança, portanto, não se limita ao fator cultural e é interessante debater os elementos que a determinam, já que um aumento da poupança influenciaria positivamente muitos aspectos da nossa economia, incluindo, claro, a taxa básica de juros e o investimento.

  18. Parabéns ao grupo pelo ótimo texto!
    Algo que chamou muito minha atenção foi o grande aumento no número de investidores brasileiros, 6 vezes em aproximadamente uma década e meia. Isso me leva a pensar sobre os possíveis estímulos a esse crescimento. Seria uma mudança na visão cultural, uma melhor informação sobre o processo, um surto eufórico devido ao otimismo econômico vivido nesse período ou uma combinação desses fatores? Surge então outra questão: será que agora, com um cenário muito mais incerto e uma sensação de medo do que ainda está por vir, haverá uma retração no investimento financeiro das pessoas físicas? Até que ponto a segurança do cidadão médio em investir é real?

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