“Abeconomics é o termo utilizado para se referir ao plano keynesiano do primeiro ministro japonês Shinzo Abe para dar vida nova a economia japonesa. Esse plano possui uma abordagem em três frentes: políticas monetárias, fiscais e estruturais. O objetivo principal do plano é impulsionar o crescimento anual do PIB e elevar a inflação para 2% ao ano. Podemos analisar a partir dos gráficos abaixo a situação da economia japonesa desde Jan/2000. Podemos ver claramente que o Japão sofre nos últimos anos com uma deflação persistente, um crescimento do PIB que não passa de 2% ao ano e um constante aumento na relação Dívida/PIB.
O plano inclui um pacote de estímulo de 210 bilhões de dólares, dos quais 116 bilhões seriam investidos em infraestrutura através dos gastos do governo. O BOJ (Banco do Japão) também dobrou a meta de inflação para 2% ao ano e o governo planeja criar 600 mil postos de trabalho em dois anos, além da implantação de cortes de impostos corporativos e aumento da força de trabalho para sustentar as reformas de longo prazo.
Para atingir a meta de 2% de inflação ao ano, o BOJ se comprometeu a adquirir títulos da dívida pública japonesa de curto prazo em um plano de compra de ativos, com início em 2014.
O primeiro ministro japonês também ordenou um pacote de estímulos de curto prazo de quase 100 bilhões de dólares em janeiro de 2013, destinado a projetos de infraestrutura como pontes, túneis e estradas resistentes a terremotos. Cerca de 1/3 do mesmo é destinado a estímulos de investimento privado e a promoção de geração de energia limpa.
Como tais políticas afetam a economia?
Com a flexibilização da política monetária, Abe espera reduzir as taxas de câmbio para incentivar as exportações e que gere, consequentemente, um aumento no lucro das empresas resultando em salários mais elevados. O impulso fiscal tem como objetivo estimular o crescimento no curto prazo, através de um aumento no consumo do governo e obras públicas de investimento.
Os Riscos
Os críticos apontam para os principais riscos na execução das políticas, incluindo a hiperinflação e o possível colapso do Iene, bem como a possibilidade de que o plano de Abe pode fazer muito pouco para reverter a deflação profundamente enraizada. Outra crítica forte é sobre a relação Dívida/PIB (demonstrada no gráfico 3), que já passa de 200%.
A Realidade
A economia japonesa diminuiu o ritmo no segundo quarto do ano de 2014. De acordo com informações divulgadas em 8 de setembro, o crescimento nacional diminuiu 1,8% no período entre Abril e Junho desse ano. A queda mais acentuada nos últimos anos.
Ao mesmo tempo, os dados indicaram o declínio de mais 5% no investimento, renovando as preocupações sobre o futuro japonês. De acordo com economistas, a razão para esse crescimento negativo é a decisão do governo de aumentar a taxa cobrada sobre o consumo, que levou os consumidores, numa tentativa de pagar menos impostos, à adiantaram seu consumo para o primeiro quarto do ano, motivo por qual a venda de carros e outros bens no primeiro quarto do ano atingiram marcas extraordinárias. Contudo esse surto no consumo foi revertido no segundo quarto do ano.
Concluindo
Essa súbita contração naturalmente cria um sombra sobre a credibilidade do chamado Abenomics. O economista Marcel Thieliant, expert na economia japonesa diz que o governo japonês está tentando estabilizar as finanças públicas enquanto tenta manter o crescimento econômico, e que tal equilíbrio é de difícil conciliação, apesar de o economista dizer que a política Abenomics, está na direção correta.”
http://www.dw.de/abenomics-gains-distorted-by-consumption-tax-say-analysts/a-17911039
http://www.cfr.org/japan/abenomics-japanese-economy/p30383
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