“O Sistema de Pagamentos é responsável pelo processamento, transferência e liquidação de pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições financeiras. O montante de recursos transferido por esses agentes pode ser dado por meio de cheques, cartões de crédito, transferências eletrônicas, documentos bancários de crédito e débito e papel moeda.
Em 2002, o Sistema Brasileiro de Pagamentos foi reestruturado e seus efeitos foram muito positivos, mexendo com a vida financeira de pessoas e empresas.
Um dos importantes benefícios do novo SPB consiste na agilidade, uma vez que os recursos ficam disponíveis ao favorecido no dia da transferência, possibilitando realizar movimentações em tempo real. Outra melhoria que merece atenção foi em relação à segurança e confiabilidade, através da redução do risco de credito nos pagamentos, que são irreversíveis, não podendo ser sustados ou devolvidos por falta de fundos. Essa mudança tornou possível ao Brasil possuir um sistema de pagamentos similar aos melhores do mundo: seguro, eficiente, ágil e transparente.
Antes, os agentes transferiam seus recursos usando cheques ou DOCs, de modo que o dinheiro advindo dessas transações só ficava disponível após a compensação tradicional que demorava, no mínimo, um dia útil, havendo o risco, por exemplo, de devolução do cheque por falta de fundo. Com a reestruturação, um sistema eletrônico foi implantado e o novo SPB passou a oferecer uma opção para transferência denominada Transferência Eletrônica Disponível – TED, com ela, o cliente pode transferir recursos que estiverem efetivamente disponíveis e, estes, ficarão disponíveis na conta do favorecido assim que o banco destinatário receber a mensagem de transferência. Pessoas, empresas, governo e instituições financeiras podem transferir dinheiro com muito mais segurança e sem a espera necessária ao processamento de cheques ou DOCs. Contudo, cheques e DOCs continuam sendo processados, porém, as transações superiores a 5 mil reais passaram a ter um custo mais elevado devido ao grande volume transacionado.
Essas mudanças, como podem ser vistas na imagem abaixo, tiveram como objetivo tirar do Banco Central o risco de falha de pagamentos, aumentar a eficiência dos instrumentos de pagamentos e se adequar a padrões internacionais.
Pode-se concluir que esse novo sistema modificou o perfil de utilização dos instrumentos de pagamentos, trazendo um aumento no uso de crédito e débito e uma diminuição no uso de cheques. As transações em papel moeda tem apresentado uma redução significativa com esses avanços. Vale ressaltar que o desenvolvimento do setor financeiro está fortemente relacionado aos sistemas de pagamentos e o novo SPB complementou o processo gradual de reestruturação do Sistema Financeiro. Um SPB eficiente é de crucial importância para que o setor financeiro cumpra seu papel de intermediação financeira e aumente a liquidez dos ativos.
Na figura a seguir é possível observar a porcentagem de uso dos instrumentos de pagamento nos anos de 2002 e 2009. Podemos notar que após a reestruturação do SPB, o uso de cheques diminuiu consideravelmente, enquanto a utilização da transferência de credito teve uma elevação.
Segue abaixo uma noticia interessante a respeito do BNDES e do SPB:
BNDES adere ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
Referências:
http://www.febraban.org.br/Arquivo/Servicos/SPB/Novo_SPB/perguntas.htm#
TRICHES, Divanildo and BERTOLDI, Adriana. A evolução do sistema de pagamentos brasileiro: uma abordagem comparada com os países selecionados no período 1995-2003. Rev. econ. contemp. [online]. 2006, vol.10, n.2, pp. 299-322. ISSN 1415-9848.”
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