Política Monetária

B12-Eco: Credibilidade e política monetária brasileira

Atividade didática On-Line realizada pelos alunos da Turma de Economia Monetária

 

REGRA VS DISCRIONARIEDADE

Após o domínio da teoria das expectativas racionais, surgiu o debate sobre regras vs discricionariedade (Kydland e Prescott) na condução da política monetária. Regras são definidas como politicas monetárias pré definidas, automáticas, que pouco requerem análise macroeconômica pelas autoridades monetárias, enquanto a discricionariedade ocorre quando a política monetária é conduzida conforme a necessidade e preferencias da autoridade monetária.

Em meio a este debate, surgiu o conceito de metas de inflação, para Bernanke e Mishkin não trata-se de uma regra rígida tradicional de condução de politica monetária, mas uma ferramenta que aumenta a transparência, comunicação e consequentemente agrega credibilidade a autoridade monetária.

CASO BRASILEIRO

No caso brasileiro tornou-se um instrumento essencial após a desvalorização do real, substituindo em 1999 a ancora cambial, segundo Fraga, ocorreu pelo receio de que aquele momento de crise e incerteza gerasse um descontrole nas expectativas de inflação. Assim, ao assumir a meta de inflação, houve uma clareza quanto ao objetivo do Bacen: estabilidade de preços na economia.

Mendonça e Santos (2006) propõe em seu trabalho um modelo de Credibilidade o qual confronta o IPCA pelo mesmo período e indica claramente a correlação negativa entre estas duas variáveis, evidenciando a deterioração da credibilidade a partir do segundo semestre de 2002 devido à combinação da perda de confiança na evolução da economia brasileira com o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, em função da eleição de Lula, levou a uma aceleração inflacionária que somente foi revertida a partir de junho do ano seguinte:

Segundo Terra (2014), vemos que a politica monetária brasileira não reage como esperado a partir de 2011, período no qual a autoridade monetária adotou uma política monetária mais “próximas da discricionariedade”:

Esta política discricionária ficou clara quando surpreendendo as expectativas dos agentes o Bacen desencadeou o processo de redução permanente da SELIC entre setembro de 2011 a março de 2013, já que tínhamos uma elevada taxa de inflação no momento, como efeito, tivemos um abalo na confiança do Banco Central, pois ficou demonstrado que a política de reduzir os juros ia no sentido contrário a meta previamente anunciada de controle dos níveis de preço, surgindo a inconsistência dinâmica.

A inconsistência Dinâmica ocorre quando o Banco Central estipula uma meta de inflação, mas renega as politicas adequadas, de modo a buscar outro objetivo, distinto daquele previamente anunciado, a fim de estimular a economia acima de sua taxa natural de crescimento, mas com um preço futuro, que é o descontrole do nível de preços, objetivo primordial do Bacen.

Assim, para as futuras políticas monetárias, o banco central se vê inconsistente, pois ao anunciar uma política de redução de inflação os agentes não ajustam suas expectativas conforme o anunciado, assim, há uma necessidade da autoridade monetária elevar a taxa de juros acima do necessário caso houvesse sua credibilidade intacta. Conforme a curva de Phillips com expectativa racionais:

Onde π é a inflação do período, πe é a inflação esperada para tal período, µt-µn é uma medida que pondera o efeito do hiato do desemprego em relação ao seu nível natural e ε é algum choque de preço. Assim, caso a inflação do período não seja controlada através das expectativas dos agentes, a autoridade monetária tende a buscar o controle da inflação através do desaceleramento da economia e consequente aumento do desemprego.

Para finalizar, temos desde 2016 Ilan Goldfajn como presidente do Banco central, que tem buscado recuperar a credibilidade da instituição ao resgatar o regime de regras, atingindo este ano uma prévia de baixa inflação.

 

MISHKIN, Frederic.

Relatório de Inflação (https://goo.gl/o1GQkP)

https://goo.gl/q5edPx

https://goo.gl/QbaQvv

https://goo.gl/6HJdja

https://goo.gl/9EV6SB

https://goo.gl/Hhb58G

https://goo.gl/WDcZ7d

AUTORES: Grupo B Turma Economia Monetária

 

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27 comentários em “B12-Eco: Credibilidade e política monetária brasileira”

  1. Para ilustrar um caso brasileiro que se encaixa perfeitamente no conteúdo do post dos colegas sobre Regras x Discricionariedade na condução da politica monetária, é o que ocorreu em meados de 2012.

    Naquela ocasião , no começo de 2012, o Banco Central abaixou a taxa Selic para 10,5%.No entanto a inflação em 2010 havia sido (5,9%) e em 2011(6,5%), logo, dois anos seguidos de descumprimento da meta de inflação(4,5%).

    O Banco central abaixar a taxa de juros, e não cumprir a meta de inflação durante dois anos , mostra claramente o descompasso de objetivos de politica monetária.

    Os críticos , naquela época , argumentavam , que os interesses políticos estavam se sobressaindo na condução da politica monetária, numa clara perda de independência do BC.

    Quando o BC percebesse que a queda da Selic poderia pressionar a inflação, ele poderia simplesmente aumentar os juros novamente. Há problemas associados a este tipo de pratica como pontua Garcia (2012) ” O primeiro é que, reagindo posteriormente, ao invés de atuar preventivamente, com devida cautela, terá que incorrer em custo mais alto (em termos de perda de crescimento de produto) para reconduzir a inflação para a meta. Segundo, e mais importante: há, hoje, sérias dúvidas quanto à disposição do BC de elevar a taxa de juros caso o cenário central esteja sob ameaça. Em outras palavras, já não se sabe qual é, de fato, o real objetivo da política monetária.”

    Vemos portanto que o BC tinha vários objetivos conflitantes;manter a inflação na meta, reduzir os juros, aumentar o crescimento econômico, diminuir desemprego, sabemos que é impossível atingir tantos objetivos concomitantemente por meio de politica monetária. Com a grave crise que ocorreu no Brasil durante o governo Dilma, vemos o perigo que é usar a politica monetária e fiscal para fins eleitorais.

    fonte:http://www.economia.puc-rio.br/mgarcia/Artigos/Valor%20120203%20Marcio%20GARCIA.pdf

  2. De acordo com o livro abordado com em sala (capítulo 24) e complementando o que foi falado pelo grupo, “policymakers” operam com discricionariedade quando não comprometimento com as ações futuras, eles agem de acordo com o que acreditam que é o correto para aquela situação. O problema da inconsistência dinâmica já discutido em outros capítulos é a tendência de desviar de um plano sólido à longo prazo ao tomar decisões para o curto prazo. A melhor política é não buscar uma política expansionista, uma vez que decisões sobre salários e preços refletem as expectativas dos trabalhadores e firmas sobre a política. No caso de uma política discricionária expansionista, o mercado vê isso como um possível aumento da inflação no futuro. As expectativas sobre a inflação irão aumentar, elevando os salários e preços, aumentando a inflação, porém não irá aumentar necessariamente o produto na média. Diante disso, o banco central pode adotar algumas regras para evitar a discricionariedade
    No caso brasileiro, após uma busca pelo assunto nesse contexto, encontrei um artigo que busca analisar as expectativas de inflação usando uma base de dados de inflação desagregada por agente. O estudo consiste em avaliar se os agentes irão se manter otimistas ou pessimistas ao longo do tempo. Caso o comportamento deles mude com o tempo sem razão aparente, o banco central possuirá credibilidade. Porém, caso não mude, indicará que há desconfiança com o banco central em relação à inflação. A hipótese central é que a desconfiança é a fonte de heterogeneidade. Pelo artigo, encontraram que os agentes tanto otimistas quanto pessimistas convergem em seus comportamentos. Assim, construíram um índice de credibilidade para avaliar o comportamento de cada agente. Como resultado desse índice, obtiveram uma queda na credibilidade entre 2003 e 2004, previsto pelo grupo a partir de 2002, quando o banco central mudou o valor de suas metas. É um índice complementar aos que já existem, focando na persistências das expectativas dos agentes.

    Fonte:
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402014000200003

  3. Sobre a credibilidade da política monetária brasileira, li um artigo que revisita os argumentos acerca desse assunto, relacionando-o com a independência do Bacen. O artigo analisa a estrutura da autoridade monetária no Brasil, argumentando que a independência do BCB é fraca, uma vez que o Poder Executivo possui meios de interferir em suas decisões e, ainda, é subordinado ao CMN, ambos são fatores que gerem dúvidas acerca da credibilidade da política monetária do país. Por exemplo, o sistema de “metas de inflação” foi estabelecido por decreto do poder executivo e o valor numérico é fixado por resolução do CMN. Dessa maneira, é relativamente fácil ao chefe do poder executivo alterar essa norma, da mesma forma que o CMN pode alterar o valor numérico da meta, daí a pouca credibilidade do BCB.
    Apenas para reforçar a ideia da pouca independência do BCB: o artigo menciona que há quinze itens que caracterizam o grau de independência de um Bacen e o BCB apresentou apenas cinco deles. Entre eles, todos são relacionados à capacidade em negar financiamento ao governo e um ao indicativo de independência política, requerimento estatutário para atingir a estabilidade monetária.
    Nesse contexto, há algumas medidas necessárias para elevar a credibilidade da autoridade brasileira que conduz a monetária no país, como :
    I) fixar o mandato do presidente e dos diretores do BCB;
    II) fixar composição do CMN em Lei Complementar;
    III) estabelecer a estabilidade da moeda como uma função precípua do CMN;
    IV) permitir ao BCB fixar taxas de desconto de tal forma a elevar o menu de combinações de instrumentos de controle monetário a sua disposição e
    V) extinguir a Conta Única no BCB e considerar os recebimentos e as autorizações de saque do STN como transações interbancárias.

    https://revistas.pucsp.br/index.php/rpe/article/view/15907/11912

  4. No artigo: Mensurando a Credibilidade do Regime de Metas Inflacionárias no Brasil, o autor ressalta que a mensuração da credibilidade deste regime monetário tem despertado o interesse de diversos economistas para a elaboração de índices com essa finalidade. No seu estudo feito entre os anos de 2000 a 2002,ele compara dois estudos diferentes de avaliação da credibilidade do regime de Metas de inflação no Brasil. No primeiro, a credibilidade pode ser medida pela diferença entre a inflação esperada e a meta. Durante o período, a médio ficou em 0,7, podendo variar entre 0 e 1, o que é um resultado satisfatório apesar de que o patamar caiu consecutivamente entre os anos. Vale ressaltar que No primeiro caso, foi levada em conta a meta ideal para inflação (2%), mas para que haja perda total de credibilidade é preciso que a inflação ultrapasse a taxa de 20%. No segundo índice, a meta de inflação utilizada foi maior que 2%, entretanto, o limite de flutuação de 2% para cima ou para baixo em relação à meta central mostrou-se muito rigoroso para a obtenção de credibilidade, por isso houve uma queda muito maior entre os anos seguintes do que o primeiro estudo. Como o Brasil é uma economia muito sensível a choques externos, a nossa realidade indica que, para que haja uma recuperação da credibilidade neste regime monetário e que o objetivo de servir como um guia para a formação das expectativas dos agentes econômicos seja alcançado, a demonstração e criação das metas de inflação devem ser elaboradas com muito cuidado e a gestão da política monetária no caso brasileiro precisa operar com muita cautela. e transparência.

    Fonte: http://www.rep.org.br/pdf/95-2.pdf

  5. Ilan Goldfajn assumiu a presidência do Banco Central em Junho de 2016. Segundo a notícia do valor econômico abaixo, a inclinação de Ilan é “dovish”, mais inclinado ao afrouxamento monetário, embora a notícia ressalte que ele poderia ser “hawkish” (inclinado ao aperto monetário), se necessário.
    A percepção sobre a orientação que será seguida pelo presidente do Banco Central está inclusa nas expectativas. Segundo Mishkin, uma das alternativas para tornar o Banco Central crível é apontar economistas conservadores, “avessos à inflação”.
    Além da percepção da diretriz “dovish” do presidente do Banco Central, a redução da taxa de juros que tem sido estimulada pode trazer questionamentos quando à credibilidade do Banco Central.
    O artigo abaixo indica baixa credibilidade do Banco Central a partir de 2013. Utilizando uma Regra de Taylor que varia tanto em relação ao gap do produto quanto em função do gap da inflação, o autor encontra que o desvio da inflação em relação à meta foi se reduzindo ao longo do tempo e seu parâmetro na Regra de Taylor apresentou momentos de insignificância. Ao mesmo tempo, o gap do produto se tornou maior, assim como o seu coeficiente. Isso pode ter sido a causa da alteração das expectativas de inflação e a redução da credibilidade do Banco Central.
    De fato, uma das justificativas utilizadas para a queda da taxa de juros é estimular a atividade econômica. Assim, temos que o mandato hierárquico do Banco Central do Brasil pode ter sido renegado e a atividade econômica pode ter sido priorizada em momentos recentes.
    Essa redução da credibilidade prejudica a realização de políticas monetárias, aumentando flutuações do produto e da inflação no curto prazo.
    http://www.valor.com.br/financas/4567891/politica-monetaria-brasileira-ganha-um-comandante-mais-direto
    http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/13847/Credibilidade%20e%20Fun%C3%A7%C3%A3o%20de%20Rea%C3%A7%C3%A3o%20do%20BCB.pdf?sequence=1

    1. Apesar da discussão da posição de Ilan Goldfajn ser mais “hawkish” ou “dovish”, sua gestão já está trazendo uma política monetária mais ativa e técnica do que a gestão do último presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que, ainda, era fortemente submetido a decisões do Planalto, chegando a ser acusado por prática de ingestão política.
      Com uma baixa credibilidade, como durante a gestão de a gestão de Tombini, a realização da política monetária fica comprometida, levando assim o Banco Central tomar medidas cada vez mais pesadas para a economia, ajustando os desequilíbrios “na marra”, através de um aumento da taxa de juros maior do que se não houvesse essa falta de credibilidade, como mencionado no post.
      Ilan Goldfajn tem uma reputação mais técnica do que a de Tombini, mesmo que aquele persiga uma prática política monetária um tanto mista, como dito pela Jenifer. Isso leva a uma maior credibilidade, pois supostamente o novo presidente do Banco Central terá um rigor maior no cumprimento das regras estabelecidas de política monetária, alinhando os resultados com as expectativas dos agente e, consequentemente, facilitando a sua implantação.
      Fontes:
      http://economia.estadao.com.br/blogs/fabio-alves/o-legado-de-alexandre-tombini/
      https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2016/05/quem-e-ilan-goldfajn-novo-presidente-do-banco-central-5803264.html

    2. Sobre a credibilidade do Banco Central, muito se tem atribuído o mérito para o então presidente Ilan Goldfajn. A IstoÉ publicou recentemente uma notícia contando os principais eventos do cenário político e econômico brasileiro que propiciaram uma visão positiva do presidente do BC frente ao mercado, como a sua luta em não estourar o teto da meta de inflação de 6,5%, que segundo a revista, “(…) foi a coroação de um trabalho árduo, que começara seis meses antes. Quando tomou posse em junho de 2016, Ilan tinha pouco tempo para esfriar o IPCA, que acumulava uma alta de 8,8% em 12 meses. Caso contrário, teria de escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para justificar o descumprimento da missão. Poucos analistas acreditavam nesse “milagre” e muitos sugeriram ao presidente do BC que ajustasse a meta de 2016, evitando a necessidade da carta. Ilan bateu o pé, manteve a regra do jogo e finalmente, naquele dia 11 de janeiro, vibrou com os 6,3% de inflação anunciados pelo IBGE.” Esse impacto positivo na credibilidade é amplamente divulgado pelas notícias, em que o economista chefe do Santander, destaca que o que segurará esse momento de positivo para economia “(…) é a credibilidade do Banco Central e menor incerteza sobre o futuro da inflação. Se eu tenho crença de que a inflação vai ser baixa, ela vai ser menos volátil.”
      Fontes: https://www.istoedinheiro.com.br/ilan-goldfajn-e-o-empreendedor-do-ano-2017/
      http://g1.globo.com/economia/blog/thais-heredia/post/inflacao-pode-ser-menor-em-60-anos-diz-economista.html

  6. A teoria mostra, com a função perda, o custo que uma economia sofre com possíveis casos de discrionariedades. No caso brasileiro mais recente, que começou em 2011, podemos ver claramente uma certa falta de independência do Banco Central, que sofreu pressão do Governo.
    Usando a curva de Phillips mencionada no texto, podemos “dividir” a inflação em 3 fatores. No caso da grande crise de estagflação vivida nos últimos ano no Brasil podemos fazer a seguinte análise:
    Inflação esperada: decorrente da perda de credibilidade do BACEN quando agiu com discrionariedade já em 2011
    Gap do desemprego: desemprego em 2013 chegou a 4,3%, um dos níveis mais baixos da história
    Choques de demanda: um exemplo pode ser a redução no preço da energia, que acarretou no aumento do consumo

    Todos esses fatores influenciaram nas altas de inflação em 2015/2016

    1. Esse período pós-2011 coincide justamente com o mandato de Tombini a frente do Banco Central. É bastante interessante compará-lo ao mandato de seu antecessor, o atual Ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Nos governos Dilma I e Dilma II, a política monetária foi alvo de críticas, sobretudo por conta do suposto perfil “benevolente” (ou “dovish”) de Tombini, que perdeu muito da credibilidade após sinalizações de aumento na SELIC não concretizadas (a última delas logo no começo de 2016). Por outro lado, a gestão Meirelles ficou marcada por taxas de inflação rigorosamente na meta e SELIC também em queda, mas como uma consequência da boa condução da política monetária após um início em que imperava a insegurança referente à vitória de Lula nas eleições de 2002. O perfil conservador de Meirelles ficou evidenciado por passagens como a manutenção da taxa básica de juros em 13.75% em dezembro de 2008, apesar do estouro da crise do subprime e de pressões do ex-presidente Lula pela redução dos juros. Só algum tempo depois houve de fato corte na SELIC, quando já havia certeza de que essa seria a melhor resposta à crise internacional vivenciada. Analisando estas diferenças entre a gestão de ambos, é possível inclusive especular a respeito da opção de Temer por Meirelles na Fazenda, mesmo sendo um nome vinculado a um agora rival político. Meirelles incorporou a teoria elaborada por Kydland e Prescott no sentido de aproximar sua gestão a um modelo de regras, trabalhando bem as expectativas e conseguindo assim transmitir credibilidade, algo vital para um gestor de política econômica (fiscal ou monetária).

  7. Seguindo o objetivo do tema e do grupo sobre regras x discrição e a proposta sobre o regime de metas de inflação e todas suas relações com a credibilidade e política monetária nacional, pesquisei um estudo que aprofunda esses vínculos. Expõe-se como a credibilidade relaciona-se com menores variações nas taxas de juros para o controle da inflação e, também, a interação taxa de juros e inflação para permanecer dentro da meta. Na mesma linha, encontram evidências de como a reputação do Banco Central é importante para a formação de credibilidade sobre as metas para inflação e, ainda, que a credibilidade é importante para a manutenção da liquidez. Mais que isso, é importante frisar que a política fiscal deveria ser conduzida de maneira conjunta com a política monetária, pois elevados déficits fiscais tendem a pressionar a taxa de juros, tornando custoso a estabilidade dos preços. Portanto, é possível argumentar que não apenas a credibilidade monetária e a reputação do BC são importantes para determinar o comportamento da taxa de juros, mas assim como a reputação da autoridade fiscal e sua respectiva credibilidade.
    Assim, podemos analisar empiricamente através de um estudo econométrico uma parte dos resultados (relativo a taxa de juros, no caso). Através de MQO e GMM e utilizando series de 2003 a 2012, o qual estima-se a taxa de juros com as variáveis de reputação e credibilidade, além de representar o termo de erro aleatório – ruído branco- (para não ficar massivo o comentário, as equações, parâmetros e gráficos estão expostos no link). Temos que a variação positiva da taxa de inflação e o aquecimento da economia medido pelo aumento no hiato do produto possuem relação positiva com a taxa básica de juros. Dessa maneira, podemos concluir e ressaltar que, com base nos resultados das estimações, com uma maior reputação da autoridade fiscal e uma maior reputação da autoridade monetária, torna-se possível reduzir a taxa SELIC e, portanto, possuem efeito negativo sobre a taxa básica de juros. Inclusive, o resultado aponta que a maior credibilidade da autoridade fiscal e a maior credibilidade da autoridade monetária também tornam possível reduzir a taxa SELIC e, portanto, possuem efeito negativo sobre a taxa básica de juros. Assim, os resultados concluem que quando aumenta o comprometimento das autoridades monetária e fiscal com seus objetivos, aumentando as reputações e credibilidades monetária e fiscal, a autoridade monetária ganha graus de liberdade para reduzir a taxa básica de juros.

    Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402014000400497

  8. Quando dizemos em credibilidade do Banco Central é importante que identifiquemos qual tipo de independência ele possui. No caso brasileiro temos que o Banco Central se encontra independente em instrumentos, mas não em objetivo, isso nos diz que ele sofre e poderá sofrer influencias politicas na estrategia da condução da política monetária interferindo em sua credibilidade.
    Esse assunto se torna principalmente importante a medida que nos aproximamos das eleições de 2018, onde não existe um favoritismo claro para algum candidato, mesmo com cada um com características e propostas bem diferentes. Ainda é preciso levar em consideração o índice de rejeição alta para praticamente todos que pretendem se candidatar.
    Como vimos na teoria e pelo tema apresentado pelo grupo, a inflação tem dependência das expectativas de inflação, sendo que essa última poderá se elevar ao passo que o candidato eleito não seja “bem visto” pelo mercado, fazendo com que a credibilidade adquirida nesse último ano – por seguir uma proposta mais voltada ao regime de regras – fique comprometida com uma nova indicação ao ministério da fazenda e proposta para a condução da economia.
    Se for seguido o caminho me regras e isso for bem indicado e transparente a possível volatilidade inicial com a eleição irá se dissipar, mas se tivermos um caminho de condução mais obscuro e de mais discricionariedade, o nosso BC não terá credibilidade suficiente para que as expectativas dos agentes fiquem igual a meta que será estabelecida para a inflação.

    http://www.valor.com.br/valor-investe/casa-das-caldeiras/4966532/choque-de-expectativas-promove-reducao-da-meta-de-inflacao-

  9. Com o desenvolvimento do debate regras versus discrição, surgem diferentes propostas de tecnologias de compromisso – dentre essas, o regime de metas para inflação. Atualmente, o regime de metas para inflação é adotado por diversos países. Ao conferir importância à credibilidade e ao desenvolvimento da reputação, o regime requer comprometimento da autoridade monetária com o seu principal objetivo de longo prazo: manter a inflação compatível com a meta estabelecida e estável.
    De modo a tingir esse objetivo, é necessário não apenas uma política monetária comprometida com suas metas, mas também uma política fiscal. Nesse sentido, as políticas monetárias e fiscais devem atuar de maneiras coordenadas, pois, a utilização da política monetária para controlar a inflação, sem que as finanças públicas estejam equilibradas, pode implicar em elevadas taxas de juros.
    Em relação aos estudos que buscam mensurar a credibilidade e a reputação e analisar seus efeitos sobre a economia brasileira, destacam-se os trabalhos elaborados por de Mendonça (2007), o qual apresenta um índice de credibilidade para a autoridade monetária, e de Mendonça e de Guimarães e Souza (2009), o qual busca mensurar a credibilidade e a reputação relacionada à condução da política monetária. Este último trabalho analisa, dentre uma série de índices de credibilidade e de reputação, quais deles são mais úteis na previsão de variações na taxa de juros a partir do ano 2000 para o caso brasileiro.

  10. Para que um banco central tenha credibilidade ele deve cumprir com os acordos previamente firmados com a sociedade, ou seja, cumprir as metas de inflaçao. Nesse artigo, os autores afirmam que é muito dificil a mensuracao da credibilidade de um BC. Eles apresentam os diferentes exemplos de tipos de mensuraçao, desde desvios da inflação observada (ou das
    expectativas) em relação a sua meta, até as variações de preços de ativos (taxas de
    câmbio, taxas de juros) em função de surpresas inflacionárias. O objetivo do artigo é avaliar a trajetória da credibilidade do banco central brasileiro de 2001 até 2012 com base no modelo proposto por em Garcia e Lowenkron(2007), que utiliza a variação do prêmio de inflação em função de surpresas inflacionárias de curto prazo no índice IPCA como medida. Como o Brasil possui uma economia altamente indexada, os autores utilizaram um modelo que buscou explicar as variações do prêmio de risco de inflação em função das surpresas inflacionárias de curto prazo. Como o coeficiente das surpresas inflacionárias positivas diminuiu ao longo do tempo, e inclusive tornou-se zero, o artigo nao conseguiu concluir a partir do modelo se o houve ganho ou perda da credibilidade do BC no periodo.

    http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/11218/Dissertacao%20pedro%20guedes%20alves%20final.pdf?sequence=1&isAllowed=y

  11. Levando em consideração a atual condução do Banco Central, no que se refere à sua credibilidade, gostaria de complementar o restante do texto com algumas publicações, que intensificam o papel de Ilan Goldfajn, nos últimos 6 meses, período sobre o qual muitos jornalistas econômicos entendem e consideram que a sua atuação vem recuperando a credibilidade do Banco Central, com grande foco para a transparência e boa condução da politica monetária:
    Links interessantes:
    http://www.valor.com.br/opiniao/4638403/uma-politica-monetaria-anticiclica
    http://www.valor.com.br/valor-investe/casa-das-caldeiras/5150512/menor-em-quatro-anos-juro-real-e-convite-ao-crescimento
    http://www.valor.com.br/valor-investe/casa-das-caldeiras/4907916/inflacao-em-queda-e-boa-noticia-e-abre-espaco-para-meta-men
    http://www.valor.com.br/financas/5183913/top-5-do-focus-reduz-estimativa-para-selic-em-2018-apos-oito-semanas

  12. Dividindo o tabela que apresenta a inflação efetiva desde 1999 em governos, podemos ver que a ação discricionária da política brasileira identificada após 2014 é confirmada com o aumento de inflação, possivelmente motivada pelo aumento da expectativa de inflação dos agentes no período anterior. Ou seja, ao não tomar nenhuma medida para perseguição da meta de inflação os agentes de política monetária permitiram a revisão da expectativa dos agentes. Então aparentemente entra a ideia de que o governo se preocupava naquele momento com o curto prazo. A notícia abaixo discute a situação econômica em 2015, com aumento direcionado para o preço dos alimentos e comida. O ano também marca o período de instabilidade política, na qual além de gerar expectativa alta de inflação, causa dificuldade de aplicação de uma política monetária apertada por exemplo, justificando em parte a ação discricionária. Importante citar, que o comportamento do BC ao atuar com uma política monetária por meio de regras, a ação pode demorar para ser aplicada, podendo ser confundida com um comportamento discricionário do governo.
    https://g1.globo.com/economia/noticia/juro-basico-deve-cair-ao-menor-nivel-em-30-anos-apostam-economistas-mas-taxas-bancarias-seguem-elevadas.ghtml
    http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/inflacao-oficial-fica-em-1067-em-2015.html

  13. Falando um pouquinho mais sobre a credibilidade, ou a falta dela, do nosso Banco Central, achei um artigo do ínicio de 2016, quando Alexandre Tombini ainda era o presidente do Bacen, onde a taxa de juros foi mantida (na época esta era de 14,25%), indo contra as necessidades do mercado e, mais importante, indo contra a própria meta do BC de estabilizar a inflação. A repercussão dos agentes foi dividida quanto a esta ação, alguns acreditavam que, mesmo que esta ação fosse a “correta”, ela foi feita de forma errada, já que tirou a ainda mais a credibilidade do Bacen em derrubar a inflação. Sendo assim, diziam que a política monetária perdeu a eficácia, sendo incapaz de derrubar os preços. Outros acreditavam que esta foi a ação certa a ser feita, já que a inflação tenderia a cair graças ao período de esfriamento da economia e que o objetivo maior seria o de evitar uma recessão ainda maior. Nessa discussão podemos ver claramente um trade-off entre deixar o produto ou a inflação flutuar mais, em prol do outro, já que um aumento da taxa de juros, levaria a uma maior estabilidade da inflação, mas esfriaria ainda mais a economia. Contudo, ao contrário do que foi feito pelo Bacen, vimos em sala de aula que, no caso de um BC com pouca credibilidade (como é o nosso caso), este deve sempre agir conforme as suas metas para evitar uma perda ainda maior de credibilidade. A inflação em 2016 realmente estava em processo de desaceleração (comparando ao ano anterior), mas este processo pode ter sido retardado pela falta de credibilidade do BC, já que o ano terminou com a inflação anual chegando muito perto de ultrapassar o teto da meta, sendo esta 6,29%.

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1732234-credibilidade-do-banco-central-sofreu-novo-abalo-dizem-economistas.shtml

  14. No âmbito da Política Monetária, existe um debate a respeito de como conduzi-la: seguindo regras e conduzindo-a discricionariamente. O compromisso com regras obriga os formuladores de política monetária a seguirem um plano já definido, o que resolve o problema de inconsistência temporal e torna possível obter o nível de produto desejado no longo prazo. Um outro argumento a favor do seguimento de regras relaciona-se ao fato dos políticos não serem confiáveis (pois suas ações sempre visam a reeleição) e de os formuladores de política monetária já terem cometidos erros graves de política monetária (como foi o caso da Grande Depressão). Por outro lado, as regras pré-determinadas não incorporam o poder do julgamento dos formuladores de políticas e também podem ser consideradas rígidas demais, pois é impossível prever todo o tipo de situação. Além disso, o modelo utilizado para determinar certa política monetária pode estar incorreto e, mesmo que o modelo não contenha erros, podem ocorrer mudanças estruturais na economia, fazendo com que as regras pré-definidas não sejam a melhor escolha em um caso como esse.
    Diante de tantas vantagens e desvantagens, uma solução: o caso de discricionariedade restrita, o qual combina as vantagens atribuídas aos dois casos. O regime de metas de inflação, adotado pelo Brasil, é um exemplo de discricionariedade restrita: ele ajuda a superar o problema de inconsistência temporal, pois já fornece uma restrição esperada à política (compromisso com a meta); ajuda a ancorar as expectativas de inflação, o que leva a menores flutuações na inflações. Assim, a política monetária se torna mais eficiente com uma âncora nominal.
    Por fim, gostaria de contribuir com as opções de aumento da credibilidade, citadas pelo Mishkin: o Banco Central deve manter a inflação sob controle, garantindo baixa flutuação; BC pode se comprometer com uma meta de inflação; a taxa de câmbio do país pode estar ancorada a um outro país, o qual já tenha uma forte âncora nominal; maior independência ao Banco Central, tornando-o menos suscetível a pressões dos políticos; por fim, Mishkin cita o apontamento de um BC mais conservador, o qual tenha forte aversão à inflação e, assim, estando menos suscetível a conduzir política monetária expansionista: o que manteria a inflação esperada e a própria inflação mais estáveis.

    MISHKIN, Frederic. The Economics of Money, Banking and Financial Markets

  15. Ao falarmos da credibilidade do Bacen, não podemos deixar de comentar sobre a inconsistência dinâmica na condução de política monetária e como a falta de credibilidade do Bacen pode levar a perdas cada vez maiores para a sociedade. Para que o problema da inconsistência dinâmica seja evitado, uma das melhores soluções é a posse de um presidente do Bacen conservador, mais preocupado com a estabilidade da inflação do que as taxas de desemprego. Desde sua posse em 2016, Ilan Goldfajn vem melhorando a credibilidade do Bacen através de sua política monetária mais ativa e técnica quando comparado ao seu antecessor Alexandre Tombini. Esse comprometimento com o regime de regras faz com que os agentes lentamente voltem a confiar no compromisso do Bacen com o teto de inflação, e ajustam suas expectativas fazendo com que a função perda da sociedade diminua.

    FONTE: http://terracoeconomico.com.br/banco-central-e-inconsistencia-dinamica

  16. É possível observar claramente o efeito que o aumento da fricção dos mercado financeiros causa numa economia, uma vez que não há credibilidade na condução de políticas monetárias por parte do BC para manter a estabilidade de preços. Como apresentado pelo grupo, em função da eleição de Lula em 2002, observamos um o aumento da aversão ao risco no mercado financeiro. Este fato leva a uma queda da demanda agregada da economia, uma vez que o custo de oportunidade de investir aumenta e, consequentemente, o investimento autônomo cai. Frente a este choque transitório da economia, vemos uma queda do produto abaixo do produto potencial e um aumento da inflação acima da inflação colocada como meta. Se o público possuísse credibilidade no BC para reverter tal choque (política monetária restritiva de queda da taxa de juros real para estimular a demanda agregada da economia), não teríamos observado o processo inflacionário ocorrido no período. É possível ver que os agentes, frente ao choque, muito provavelmente seguiram com processo de revisão de suas expectativas de inflação para cima, consequentemente causando um aumentos dos salários requeridos, aumentando os custos de produção das firmas, que fariam um repasse de preços aos produtos, aumentando a inflação. Isso fez com que a curva de OA de curto prazo se deslocasse cada vez mais para esquerda e para cima, aumentando o nível de inflação mais ainda.

  17. Com relação a abordagem sobre as metas de inflação e como construir uma credibilidade de que essas metas serão respeitadas, dois aspectos se destacam: A maneira com que se comunica; e a forma de como se age.

    Um ponto importante a ser levantado no contexto da campanha realizada pela presidente em sua corrida eleitoral para o posto em 2010, era que ela atacava seu adversário político fazendo duras críticas sobre suas ideias de um possível aumento da SELIC e, assim que eleita, decide por aumentar a mesma. Essa atitude por si só, já é capaz de deixar os agentes receosos na formação de suas expectativas pois, o que se é comunicado deve ser coerente com o que se é feito para a criação de uma credibilidade solida por parte da autoridade monetária.

    Depois deste primeiro momento, outro deslize cometido pelo banco central durante o governo Dilma que o aproximou da discricionariedade, foi o abandono da Taxa SELIC como instrumento de controle da inflação, ao reduzir por diversas vezes seu valor entre os anos de 2011 a 2013 frente a uma elevada taxa de inflação que já se distanciava da meta, como mencionado pelo grupo. Durante esse intervalo tivemos que as expectativas de inflação contribuirão positivamente com a alta dos níveis de inflação, no sentido de fazer com que ela ficasse ainda maior, indicando novamente uma perda na credibilidade de que o banco central respeitaria as metas propostas.

    Errou-se, portanto, nos dois aspectos que solidificam uma credibilidade para o banco central.

    https://ministeriodafazendinha.wordpress.com/2014/11/03/a-credibilidade-do-banco-central-e-suas-acoes/

  18. O grupo trabalhou sobre o fato de uma alternância entre períodos que o Banco Centra do Brasil age diante de regras ou de maneira discricionária. E, avançando mais sobre o assunto, temos a possível discussão sobre a questão de independência do Bacen, que provavelmente será palco de discussões em 2018 em prol das eleições.
    Hoje, nas democracias modernas, há uma prevalência do argumento de “independência do Banco Central”. É observado uma forte tendência internacional de perda da função de supervisor bancário, sendo esta transferida para um órgão especializado como barganha política em favor da independência. É também quando o debate em torno da independência dos bancos centrais passa à ordem do dia, agregando-se à polêmica em torno de regras ou discrição para a política monetária.
    A independência do banco central está interligada à política monetária, sendo a dimensão do poder de estabelecer e implementar a política as questões mais importantes.
    O estabelecimento de uma independência política e de objetivos por parte do BCB, com objetivo principal estabelecido de ancoragem de preços, há menos risco de discricionariedade de políticas, visto que não haverá mais o viés curto prazo político. E, por consequência, teríamos uma maior estabilização de preços.
    No entanto, com a independência do Bacen, poderíamos ter um limite de alçadas, como o caso da perda de função de supervisor bancário já citada anteriormente. E, em um cenário de eventuais crises sistêmicas no Brasil, em que muitas vezes o Bacen atua como emprestador de última instância, um agravo maior da situação econômica poderia ocorrer sem a ação direta do Bacen.

  19. Em seu artigo, Helder Mendonça cita que a discussão econômica entre regras versus discricionaridade é um assunto antigo para criação de políticas macroeconômicas. Segundo ele, para a maior parte dos economistas o uso de políticas monetárias de curto prazo pode melhorar o nível de emprego no curto prazo, porém, acaba trazendo prejuízos no longo prazo (aumento da inflação, diminuição do produto). Podemos dizer que em períodos de recessão, nos quais o sistema perde credibilidade, uma política movida por regras não é a melhor alternativa. Nesses casos, políticas discricionárias são mais indicadas para a retomada do crescimento do produto. Em aspectos normais a utilização de políticas de regras é a melhor opção, porém, em casos de crise, as expectativas racionais fazem com que os agentes não respondam da mesma forma às políticas de regras, sendo necessário adotar políticas discricionárias.

    Clique para acessar o 87-3.PDF

  20. Para entender melhor a importância do cumprimento das regras ao garantir credibilidade ao Banco Central fui atrás de algumas notícias brasileiras sobre o caso. Especialistas do banco Santander realizaram uma pesquisa com base no núcleo de inflação (medida que excluí os preços mais voláteis) e concluíram que o Brasil pode viver um triênio de menor inflação nos últimos 60 anos: a queda da inflação dos últimos meses parece ter terminado, entrando na casa dos 3% no índice acumulado e podendo até chegar a 4% em 2018, ambos dentro da meta, mostrando que o Brasil vem ganhando determinada estabilidade estrutural quando se trata do assunto inflação. Essa menor volatilidade, afirma o especialista, se dá por conta da maior credibilidade no Banco Central, gerando menor incerteza com relação ao futuro da inflação (o que, por si só, garante maior estabilidade da inflação também).

    http://g1.globo.com/economia/blog/thais-heredia/post/inflacao-pode-ser-menor-em-60-anos-diz-economista.html

  21. Lendo uma das referências do grupo, me chamou atenção o trabalho de Bernard Gonin de Campos que fala que recentemente as expectativas de inflação de mais longo prazo passaram a ficar desancoradas da meta. Os resultados do trabalho apontam que houve uma mudança mais acentuada na função de reação do Banco Central do Brasil a partir de 2013, em que a variável hiato do produto ganhou maior importância e o desvio da inflação em relação à meta perdeu significância. Segundo o autor, essa mudança pode ter sido um dos principais geradores para a queda recente de credibilidade.

    Clique para acessar o Credibilidade%20e%20Fun%C3%A7%C3%A3o%20de%20Rea%C3%A7%C3%A3o%20do%20BCB.pdf

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