Atividade didática On-Line realizada pelos alunos da Turma de Economia Monetária
“REGRA VS DISCRIONARIEDADE
Após o domínio da teoria das expectativas racionais, surgiu o debate sobre regras vs discricionariedade (Kydland e Prescott) na condução da política monetária. Regras são definidas como politicas monetárias pré definidas, automáticas, que pouco requerem análise macroeconômica pelas autoridades monetárias, enquanto a discricionariedade ocorre quando a política monetária é conduzida conforme a necessidade e preferencias da autoridade monetária.
Em meio a este debate, surgiu o conceito de metas de inflação, para Bernanke e Mishkin não trata-se de uma regra rígida tradicional de condução de politica monetária, mas uma ferramenta que aumenta a transparência, comunicação e consequentemente agrega credibilidade a autoridade monetária.
CASO BRASILEIRO
No caso brasileiro tornou-se um instrumento essencial após a desvalorização do real, substituindo em 1999 a ancora cambial, segundo Fraga, ocorreu pelo receio de que aquele momento de crise e incerteza gerasse um descontrole nas expectativas de inflação. Assim, ao assumir a meta de inflação, houve uma clareza quanto ao objetivo do Bacen: estabilidade de preços na economia.
Mendonça e Santos (2006) propõe em seu trabalho um modelo de Credibilidade o qual confronta o IPCA pelo mesmo período e indica claramente a correlação negativa entre estas duas variáveis, evidenciando a deterioração da credibilidade a partir do segundo semestre de 2002 devido à combinação da perda de confiança na evolução da economia brasileira com o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, em função da eleição de Lula, levou a uma aceleração inflacionária que somente foi revertida a partir de junho do ano seguinte:
Segundo Terra (2014), vemos que a politica monetária brasileira não reage como esperado a partir de 2011, período no qual a autoridade monetária adotou uma política monetária mais “próximas da discricionariedade”:
Esta política discricionária ficou clara quando surpreendendo as expectativas dos agentes o Bacen desencadeou o processo de redução permanente da SELIC entre setembro de 2011 a março de 2013, já que tínhamos uma elevada taxa de inflação no momento, como efeito, tivemos um abalo na confiança do Banco Central, pois ficou demonstrado que a política de reduzir os juros ia no sentido contrário a meta previamente anunciada de controle dos níveis de preço, surgindo a inconsistência dinâmica.
A inconsistência Dinâmica ocorre quando o Banco Central estipula uma meta de inflação, mas renega as politicas adequadas, de modo a buscar outro objetivo, distinto daquele previamente anunciado, a fim de estimular a economia acima de sua taxa natural de crescimento, mas com um preço futuro, que é o descontrole do nível de preços, objetivo primordial do Bacen.
Assim, para as futuras políticas monetárias, o banco central se vê inconsistente, pois ao anunciar uma política de redução de inflação os agentes não ajustam suas expectativas conforme o anunciado, assim, há uma necessidade da autoridade monetária elevar a taxa de juros acima do necessário caso houvesse sua credibilidade intacta. Conforme a curva de Phillips com expectativa racionais:
Onde π é a inflação do período, πe é a inflação esperada para tal período, µt-µn é uma medida que pondera o efeito do hiato do desemprego em relação ao seu nível natural e ε é algum choque de preço. Assim, caso a inflação do período não seja controlada através das expectativas dos agentes, a autoridade monetária tende a buscar o controle da inflação através do desaceleramento da economia e consequente aumento do desemprego.
Para finalizar, temos desde 2016 Ilan Goldfajn como presidente do Banco central, que tem buscado recuperar a credibilidade da instituição ao resgatar o regime de regras, atingindo este ano uma prévia de baixa inflação.”
MISHKIN, Frederic.
Relatório de Inflação (https://goo.gl/o1GQkP)
AUTORES: Grupo B Turma Economia Monetária
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