Ensinando Economia, Mercados Financeiros, Política Monetária

G-I: Taxa de Juros Brasileira em Perspectiva Comparada

A taxa básica de juros é o principal instrumento de política monetária usada pelos bancos centrais. No Brasil, a taxa de juros, chamada Selic, é determinada nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen).

A Selic corresponde à taxa de juros nominal de curto prazo da economia brasileira. Ela funciona como mecanismo de controle da inflação. Atualmente, a meta de inflação fixada pelo governo é de 4,25% a.a.

Além de mecanismo de equilíbrio, a taxa de juros é importante porque serve de referência para o custo de crédito no país e influencia outras taxas, como as de empréstimo, financiamento e aplicações financeiras. Para exemplificar, a queda da taxa torna os empréstimos mais baratos, incentivando a obtenção de crédito pelos agentes econômicos. Em caso de aumento, com o crédito mais caro, os agentes tendem a poupar mais, comprando títulos.

Atualmente, a taxa brasileira é de 6,5% ao ano, o que a coloca entre as mais altas do mundo. Ao determiná-la, o Copom leva em conta os indicadores da atividade econômica e os cenários nacional e internacional, bem como as expectativas dos agentes econômicos.

Embora seja considerada elevada, a taxa brasileira encontra-se em seu menor patamar histórico. No gráfico abaixo, é possível acompanhar sua evolução desde a crise de 2007-2008:

Observa-se a oscilação da taxa brasileira no período, a qual atingiu seu pico no intervalo de julho de 2015 a agosto de 2016 (14,25%) e seu patamar mais baixo no período de março de 2018 (6,5%) até então.

 Em janeiro de 2009, o Brasil reduziu sua taxa. Isso aconteceu porque a crise de 2008, ocorrida por causa da alta especulação no setor imobiliário americano e do aumento e depois queda desenfreados dos preços dos imóveis, afetou não só os EUA, mas países do mundo inteiro.

No período de 2011 a 2013 a Selic teve uma queda de 10,75% para 7,25%. Isso ocorreu devido às políticas governamentais de incentivo à produção. Já no período seguinte, 2013 a 2015, com o aumento da inflação decorrente da política de administração dos preços dos combustíveis e de energia, o “tarifaço”, o Bacen foi obrigado a elevar a taxa de juros, de 7,25% para 14,25%. No período de 2016 a 2018, com a troca do governo, a queda do consumo (crise econômica), reestruturação do Bacen e a supersafra, a inflação foi contida e viabilizou o corte da taxa de juros, que atingiu 6,5%.

Já nos países desenvolvidos, podemos notar uma tendência geral de baixa na taxa de juros após a crise. Ao contrário do Brasil, onde houve variação positiva dentro do período considerado, nesses países a taxa se manteve próxima de zero por bastante tempo.

Nos últimos anos, porém, tem-se iniciado um movimento de alta. Isso se explica pelo objetivo de conter uma eventual pressão inflacionária decorrente do aquecimento do mercado americano. Podemos observar essa evolução nos gráficos abaixo, referentes às taxas dos Estados Unidos (Fed), do Reino Unido (BoE) e da União Europeia (ECB).

Quando deseja desaquecer a economia, o governo retira dinheiro de circulação por meio da venda títulos públicos, incrementando seu rendimento com o aumento da taxa de juros. Quando pretende aquecê-la, ele faz o inverso, compra títulos, diminuindo a taxa de juros e elevando a liquidez da economia, o que pode pressionar a inflação.

Nesses países com mercados financeiros mais estruturados, as políticas monetárias com base na taxa de curto prazo afetam pouco no crescimento da economia. No gráfico 4, percebe-se que a taxa de juros na zona do Euro encontra-se em 0% desde 2016. Quando isso ocorre, o banco central não pode mais estimular a economia por meio da redução da taxa de juros. Desse modo, são utilizadas outras políticas econômicas como, por exemplo, o “afrouxamento quantitativo” que consiste na compra de outros tipos de ativos.  Após a crise de 2008, esses países passaram a utilizá-la com o objetivo de recuperar suas economias.

Referências:
• BLANCHARD, Oliver. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
https://www.bcb.gov.br/publicacoes/atascopom/cronologicos
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/12/19/bc-dos-eua-sobe-juro-pela-quarta-vez-no-ano.ghtml
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/01/30/banco-central-dos-eua-mantem-taxas-de-juros.ghtml
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/12/06/Qual-a-trajet%C3%B3ria-da-Selic-at%C3%A9-seu-ponto-mais-baixo-na-hist%C3%B3ria

Grupo I – Macro 2019

Mercados Financeiros, Política Monetária

Taxas de juros dos EUA: fed fund, redesconto e taxa sobre reservas, a partir da crise de 2007

Atividade didática On-Line realizada pelos alunos da Turma de Economia Monetária

 

“Para realizar a análise proposta pelo tema, iremos diferenciar cada uma das taxas mencionadas, podendo observar suas especificidades de maneira isolada, para, então, pontuar sua interrelação em comportamentos e efeitos após 2007.

Quando se fala da taxa de juros americana, referimo-nos frequentemente à Federal Funds Rate, os juros cobrados entre os bancos para os empréstimos de 1 dia (empréstimos overnight). A meta dessa taxa é determinada pelo FOMC (Federal Open Market Committee) que tem seus representantes reunidos em torno de oito vezes ao ano para discutir as políticas de open market dos EUA e estabelecer recomendações sobre a taxa de redesconto de liquidez e sobre a taxa de reservas compulsórias. Assim, esta taxa de juros de base americana é determinada pelo mercado e não é especificamente determinada pelo FED. O FED procura alinhar a Federal Funds Rate efetiva com a taxa de juros pretendida repondo ou retirando moeda ao volume disponível no mercado. Quando há uma alteração da taxa de juros de base provocada pela política monetária do FED, então tem sobretudo efeitos sobre o valor das taxas de juros para diversos produtos como hipotecas, empréstimos e os juros de poupança.  A seguir vemos seu comportamento a partir de 2007:

É importante sempre termos em mente que o FED não controla diretamente a FFR. Perseguir metas através de políticas de redesconto e de compulsórios não é equivalente a fixar valores para taxas e, portanto, enquanto houver excesso de oferta de reservas, a taxa de juros desse mercado não sairá do patamar em que se encontra.

Dando sequência, temos a Federal Discount Rate, mais conhecida como ou Taxa de Redesconto de Liquidez, como conhecemos no Brasil.  Tem como característica ser o juros fixado pelo Federal Reserve sobre os empréstimos oferecidos aos bancos comerciais elegíveis ou a outras instituições de depósito. A taxa de redesconto permite que o FED controle a oferta de moeda na economia e seja usada para garantir a estabilidade nos mercados financeiros. Ela serve como o limite superior sobre Fed Funds. A seguir vemos seu comportamento a partir de 2007:

Por fim, temos a Taxa Sobre Reservas ou a “IORR”, a qual funciona também como um instrumento de política monetária, tendo como característica a remuneração por parte do FED aos bancos comerciais por suas reservas compulsórias e voluntárias (reservas em excesso). Isso acontece para evitar que as taxas se tornem muito baixas, sendo estas o limite inferior de referência da política monetária americana. Sua implantação ocorreu em 2008 e, desde então, a taxa apresentou o seguinte comportamento:

Dessa forma uma vez definida as taxas de juros podemos interrelacionar elas após a crise de 2008:

Como podemos observar no gráfico, a FFR e a sua banda definida pelo limite superior (taxa de redesconto) e limite inferior (taxa sobre reservas) se encontram em patamares quase nulos para boa parte dos últimos 10 anos, principalmente pós-2008, entre 0% e 0,25%. Esse resultado da crise financeira, na qual foi necessário que o FED injetasse uma grande quantidade de fundos (Quantitative Easing) no sistema bancário americano, para tentar impedir uma recessão ainda maior nos EUA. O resultado direto obtido é a queda da FFR e de suas bandas de variação. No entanto, a partir da recuperação da economia e com a perspectiva positiva para o futuro, assim como o pequeno “ânimo” da inflação, o FED começou a elevar a meta a partir de 2006, sendo esta hoje em torno de 1% a 1,25%.

 

Algumas fontes:”

https://www.thebalance.com/fed-funds-rate-history-highs-lows-3306135

http://www.investopedia.com/terms/f/federal_discount_rate.asp

https://fred.stlouisfed.org/categories

https://www.stlouisfed.org/on-the-economy/2016/july/fed-interest-rates-floor-subfloor

 

Autores: GRUPO C Economia

 

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Mercados Financeiros, Política Monetária

G2-Eco: A dança das taxas de juros

Atividade didática On-Line realizada pelos alunos da Turma de Economia Monetária

 

A comparação entre títulos com mesmas características, mesmo emissor e com prazos de maturidade diferentes, nos deixa observar curvas de taxas de juros positivas, planas ou até invertidas. Esse “balé” das taxas de juros pode ser sintetizado pelos seguintes fatos estilizados:

  1. Cointegração das taxas de juros com maturidades diferentes. Ou seja, essas taxas têm um comportamento semelhante ao longo do tempo;
  2. As taxas obedecem ao princípio de reversão à média. Quando falamos de taxas de curto prazo que sofreram queda, em relação a um referencial, espera-se um crescimento ao longo do tempo (ou o contrário);
  3. A curva normal é a mais frequentemente observada.

A teoria capaz de explicar o conjunto dos fatos estilizado é chamada de Prêmio pela Liquidez. Segundo Mishkin, ela demonstra que títulos com maturidades diferentes são substitutos, mas não substitutos perfeitos, assim a teoria ainda permite que os investidores prefiram um título a outro. Portanto, o pagamento de um prêmio positivo pela iliquidez de capital consegue fundamentar os três fatos estilizados, principalmente a frequência da curva positiva.

A figura abaixo pode ser clarificada pela ótica da teoria do prêmio pela liquidez. Ela apresenta o mercado de títulos dos EUA e permite observar o movimento das taxas de juros e os fatos estilizados. Conectados pelo grau de substituição, as diferentes maturidades dos títulos apresentam sincronia no comportamento ao longo do tempo, que associa o pedaço da taxa de longo prazo à composição da taxa de curto prazo esperada, comprovando o primeiro fato estilizado. Além disso, quando as taxas alcançam vales ou picos, elas redirecionam seu movimento para cima ou para baixo, demonstrando o segundo fato estilizado. Por fim, uma vez que o prêmio pago sempre é positivo, ele tende a “puxar” a curva para cima, o que explica a maior frequência da curva normal (terceiro fato estilizado).

Nesse mesmo contexto, o gráfico abaixo ilustra a variação das taxas de juros, porém para três títulos públicos emitidos pelo Tesouro Direto entre os períodos de 2010 a 2017 no Brasil. Para sua elaboração, foi usado como referência o dia 31 de agosto dos respectivos anos. Os diferentes títulos são representados por: a série azul retrata a LTN (Letra do Tesouro Nacional) – um título de curto prazo (CP); a série vermelha NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – série B) – médio prazo (MP) e a série verde NTN- B principal (Notas do Tesouro Nacional – série B – principal) – um título de longo prazo (LP).

Utilizando este gráfico para análise do comportamento da ETTJ no Brasil, é possível notar a cointegração das taxas de curto, médio e longo prazo. Mesmo que essas difiram em seus graus de maturidade, elas tiveram o mesmo movimento ao longo do tempo, ou seja, quando houve uma alta na taxa de juros da LTN (CP), as taxas de NTN-B (MP) e as de NTN-B principal (LP) também aumentaram.  Ainda, pode-se comprovar o princípio de reversão à média, ou seja, o fato da esperança de baixa de uma taxa de curto prazo após um período de alta, observando esse comportamento no período dos anos 2012 a 2015 e no período dos anos 2016 e 2017, respectivamente.”

 

REFERÊNCIAS:

MISHKIN, F. The Stock Market, the Theory of Rational Expectations, and the Efficient Market Hypothesis. In: MISHIKIN, F. Economics of Money, Banking and Financial Markets, 10th Edition.” 

http://www.tesouro.gov.br/tesouro-direto-balanco-e-estatisticas

 

Grupo L

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Câmbio, Mercados Financeiros, Política Monetária

H-ECO: Volatilidade nas taxas de câmbio no Brasil e na américa latina: teoria e prática

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A teoria

Sabemos que a taxa de câmbio nominal no curto prazo responde à paridade de juros descoberta, sendo esta uma consequência da livre mobilidade de capitais no qual os agentes podem alocar seus recursos entre os diversos ativos internacionais e os ativos domésticos. Para alocar os recursos em algum ativo estrangeiro, é necessário fazer a conversão de moeda doméstica para a estrangeira em questão; esta demanda por moeda estrangeira vai ser satisfeita por uma oferta de moeda estrangeira, sendo formado neste mercado o preço da moeda externa em relação à interna. Ou seja, na alocação de recursos entre ativos domésticos e estrangeiros, os agentes alterarão suas demandas relativas por moedas interna e externa, e isso fatalmente alterará a taxa de câmbio vigente (sendo, portanto, um determinante para sua volatilidade), tudo isso em um regime de câmbio flexível, é claro.

A relação de paridade de juros abaixo foi retirada a partir do livro de Macroeconomia de Blanchard (2011); it é a taxa de juros doméstica; it* é a taxa de juros externa. A taxa de câmbio está definida em termos da moeda estrangeira.

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A prática

No Brasil, em 1994, com a implementação do Plano Real foi preciso ter o câmbio como âncora nominal da nova moeda. Em teoria isso seria um regime de cambio fixo; na prática foi um crawling-peg com pequenas desvalorizações . O Banco Central brasileiro enfrentou expectativas de desvalorização nas crises do México (1994), da Ásia (1997), da Rússia (1998) e no Brasil (1999), sendo que um pouco após esta última mudou-se o regime para um câmbio flutuante. Os momentos de crise são bem flagrados no movimento ascendente do câmbio brasileiro observado no gráfico abaixo a partir de 1994.

A crise da Argentina tem uma forte relação com a inflação durante a década de 90, período em que o país passa a adotar o currency board como regime cambial na tentativa de conter a inflação. Isto explica a estabilidade da taxa de câmbio neste país até 2001, já que neste regime a oferta de moeda doméstica é determinada pela disponibilidade de moeda estrangeira, sendo ambas trocadas a uma taxa fixa.      

Cunha & Gala (2006) relatam que a partir da crise da Ásia em 1997 houve uma significativa queda na oferta de financiamento externo para  economias emergentes, afetando a economia chilena à medida que os países asiáticos respondiam por um terço das exportações e o preço do cobre sofreu forte queda. A grande saída de capitais para países desenvolvidos, que se iniciou em 1997, intensificou-se em 1998 e 1999 com a crise na Rússia e no Brasil. O efeito sobre o regime de bandas cambiais foi a depreciação da taxa nominal, conforme se observa no gráfico abaixo.

A crise do México ocorre em 1994 com uma desvalorização do peso mediante instabilidade política, afetando o câmbio em outros países na América Latina, entre eles o Brasil, no denominado ‘’efeito Tequila’’, tal como relatado por Mishkin. Percebe-se um movimento ascendente do câmbio mexicano a partir de 1994 no gráfico abaixo.

Assim, vê-se como a taxa de câmbio nominal nos países emergentes são muito suscetíveis a crises externas, sendo este um aspecto em comum nestes países. Um exemplo recente é a crise financeira de 2007/2008, no qual houve fuga de capitais no período mais acentuado da crise, refletindo em um aumento da taxa de câmbio (medido em termos da moeda doméstica) devido à queda da demanda por ativos domésticos. No gráfico abaixo vê-se claramente o aumento do câmbio em todos os países em 2008.

 

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Referências

BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 5ª edição. São Paulo: Ed. Pearson, 2011

http://eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/310.pdf (Cunha & Gala, 2006)

MISHKIN, Frederic. The Economics of Money, Banking and Financial Markets. 10th edition. Boston: AddisonWesley, 2009.”

 

Política Monetária

E-ECO: Uma comparação entre os instrumentos de política monetária no Brasil e nos EUA

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Introdução

Sabemos que existem 3 principais instrumentos que afetam a política monetária, são elas:

  • Reservas compulsórias
  • Taxas de redesconto
  • Operações no open Market

Os objetivos nos EUA e Brasil no que diz respeito ao manuseio dos instrumentos monetários são os mesmos, mas os meios para consegui-los são distintos.

Caso Brasileiro

A gestão de política monetária do Brasil geralmente se da em open Market e reservas compulsórias. A taxa de redesconto de liquidez não é utilizada no Brasil, pois temos um sistema de pagamentos muito avançado em questão de tecnologia. Pois os fluxos de caixa são feitos em tempo real. Com este sistema, os riscos de liquidez passam a ser dos bancos comerciais e não do banco central, sendo assim, os bancos comerciais são obrigados a assumir esses riscos e terminar o dia sem estarem no “vermelho”. O banco central não remunera as reservas dos bancos comercias junto a ele como acontece nos EUA, impossibilitando (ops!!) assim a formação de um mercado de reserva.

Comparação com o caso americano:

A política monetária dos EUA é condensada nas reservas compulsórias e voluntárias. Isso ocorre porque o FED paga aos bancos comerciais uma taxa para as reservas guardadas junto a ele, criando assim um mercado de reservas nos EUA.

Como todo mercado existe também uma taxa (iff – interested federal funds). Como as reservas dos bancos americanos são lastreadas em títulos públicos, esta taxa do banco central americano vem da formação dos mercados de títulos. Com este esboço podemos apresentar a curva de oferta de reserva deste mercado como a somatória das reservas não emprestáveis (MBn – nonborrowed monetary base), que são as operações de open Market e as reservas emprestáveis (BR – borrowed reserves), que consiste nas compulsórias e voluntárias, que, para serem retiradas do FED, devem pagar uma taxa de redesconto. A formação da demanda neste mercado consiste na atuação dos bancos comerciais.

­­­Relação dos Depósitos Compulsórios com o Multiplicador Monetário

Depósitos compulsórios são instrumentos de política monetária e de preservação da estabilidade e a Solidez do Sistema Financeiro Nacional e influenciam o multiplicador monetário, ampliando ou reduzindo o volume de recursos que os bancos podem transformar em crédito para a economia e, dessa forma, controlam a expansão dos agregados monetários.

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Figura 1 – Depósitos Compulsórios Brasil 09.2006 à 09.2015

Como visto anteriormente, o depósito compulsório possui uma relação inversa com o multiplicador monetário, pois quanto maior os depósitos compulsórios, menos recursos os bancos terão para emprestar e menor será o multiplicador monetário.

Utilização dos compulsórios na crise internacional de 2008

Nos países mais expostos aos papéis lastreados em hipotecas subprime do mercado imobiliário norte-americano houve uma rápida deterioração dos indicadores de solvência dos bancos e motivou a adoção de medidas emergenciais de contenção da crise. Entretanto no Brasil, as medidas adotadas foram para atenuar os efeitos da crise sobre o sistema bancário doméstico para compensar a diminuição da liquidez nos mercados financeiros. O confortável volume de depósitos compulsórios possibilitou ao BCB injetar liquidez no sistema bancário e contribuiu para normalização das condições de crédito. Houve uma liberação seletiva de recursos que deveriam ser direcionados a aquisição de ativos ou realização de depósitos de/em bancos pequenos e médios. Os recursos foram liberados para aplicação em instituições com Patrimônio de Referência de até R$7 bilhões que não fizessem parte dos conglomerados dos aplicadores. Para evitar a concentração, cada banco poderia aplicar somente 20% de tais recursos em uma mesma instituição. Essas medidas ocasionaram uma redução do montante agregado recolhido, de pouco mais de R$ 250 bilhões para cerca de R$ 180 bilhões.

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Fiugra 2 – Evolução do Recolhimento Compulsório 03.2008 à 03.2016

Referencias Bibliográficas:

https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries

http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/faq%2012-depósitos%20compulsórios.pdf

https://www.federalreserve.gov/monetarypolicy/fomc.htm

MISHKIN, F. “Economics of Money, Banking and Financial Markets, 10th Edition.”

Notas de Aula

 

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Nível de atividade, Política Monetária

A-ECO: O que esperar do comportamento da taxa de juros nos ciclos econômicos?

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A teoria monetária nos diz que a taxa de juros de uma economia é formada assim como qualquer outro “preço”: em um mercado, o mercado de títulos. Onde as escolhas dos agentes são definidas segundo a Teoria do Portfolio, para ativos de curto prazo e em condições de concorrência. A demanda por títulos, de acordo com estas hipóteses é dada pela riqueza dos agentes, retorno dos títulos em relação aos ativos reais, risco relativo e liquidez dos títulos, sendo negativamente inclinada. Já a oferta de títulos é positivamente inclinada e dada em função da necessidade de financiamento do Setor Público (que é o maior tomador de recursos das economias, portanto o maior ofertante de títulos), da lucratividade esperada do investimento produtivo (ou Eficiência Marginal do Capital) e da inflação esperada. A taxa de juros é dada pelo inverso do preço de equilíbrio neste mercado, ou seja, quando o preço de equilíbrio dos títulos diminui, a taxa de juros deverá aumentar.

Durante períodos de expansão econômica, a riqueza dos agentes aumenta permitindo-os demandar mais títulos, mas é plausível imaginar também um aumento da lucratividade do investimento real, fazendo com que mais títulos sejam ofertados e tornando este efeito ambíguo. Seu reflexo no preço de equilíbrio (portanto na taxa de juros) depende da sensibilidade das duas curvas, que pode ser estimada para cada país ou economia. No caso empírico dos Estados Unidos, e também do Canadá, o crescimento ou queda do produto está positivamente correlacionado à taxa de juros.

No caso brasileiro, esta relação não se confirma. A taxa de juros brasileira, assim como a de outros mercados emergentes, é muito volátil, contra cíclica (durante uma expansão do PIB a taxa deve diminuir), positivamente correlacionada às exportações líquidas e lidera o ciclo, conforme os dados em Neumeyer & Perri (2005). Em Kanczuk (2004), os resultados encontrados concluem que a taxa de juros brasileira é principalmente afetada por fatores domésticos como as mudanças na política fiscal do governo.

No artigo The Role of Interest Rates in the Brazilian Business Cycles (2011), o economista Nelson F. Souza-Sobrinho, testa dados trimestrais do período do quarto trimestre de 1994 ao primeiro trimestre de 2010, encontrando regularidades empíricas similares a estas para o Brasil. Neste trabalho, a taxa real de juros brasileira é caracterizada como o a taxa internacional de juros livre de risco multiplicada pelo prêmio de risco brasileiro (quanto maior o risco do país maior o seu prêmio de risco). Nesta primeira figura, temos o movimento da taxa de juros brasileira e do produto em relação aos desvios de sua tendência, onde os períodos de crise correspondem às áreas sombreadas.

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Nesta segunda, podemos observar a relação entre as exportações líquidas e a taxa de juros, também em desvios da tendência.

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Já a terceira figura ilustra uma correlação cruzada, entre produto e taxa real de juros com os dados empíricos entre Brasil e Canadá (uma economia que sabemos ter uma taxa de juros que se comporta de maneira pró-cíclica). O formato em U da curva para o Brasil sugere que é taxa de juros que desencadeia o ciclo. Estas diferentes estruturas de correlação estão associadas a fatores diversos, talvez a autoridade monetária canadense dê mais importância à estabilização do produto enquanto o BC brasileiro se preocupa mais com a estabilização de desvios da inflação esperada da tendência.

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Porém, o trabalho afirma que os números brasileiros das correlações mais recentes entre produto e exportações líquidas, e produto e taxa de juros são menores do que os de outras economias emergentes, nos colocando em alguns aspectos próximos a outras economias relativamente maduras, em decorrência dos profundos avanços estruturais nos últimos vinte anos. O comportamento das nossas variáveis econômicas nos ciclos de negócios indica um meio termo entre o de economias emergentes e economias desenvolvidas.” 

Fontes:

Obs: Todos os gráficos não autorais presentes em Souza-Sobrinho (2011).

Dados do PIB Brasileiro – IBGE
http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=ST12

Dados da Taxa Selic – Banco Central do Brasil (em Ipeadata)
http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=38402

Frederic S.Mishkin, Apostolos Serletis (2011). The economics of money, banking and financial markets (4th Canadian Edition), The Behaviour of Interest Rates (p. 82-113). Toronto, Ontario: Pearson Canada.

Neumeyer, P. & Perri, F. (2005). Business cycles in emerging economies: The role of interest rates. Journal

of Monetary Economics, 52(2):345–380.

Kanczuk, F. (2004). Real interest rates and Brazilian business cycles. Review of Economics Dynamics,

7(2):436–455.

Nelson F. Souza-Sobrinho (2011). The Role of Interest Rates in the Brazilian Business Cycles. Revista Brasileira de Economia 65(3):315–336. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/view/3064/2262

 

 

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Inflação, Mercados Financeiros, Política Monetária

A-Ecec: O CURIOSO CASO DAS TAXAS DE JUROS BRASILEIRAS

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” A taxa de juros nominal, aquela prometida como remuneração pelo empréstimo de recursos, pode ser fragmentada em duas partes: a taxa de juros real – que resultará na variação do poder de compra – e a taxa de inflação esperada. Nesse sentido, para uma dada taxa de juros nominal, é preciso ter em mente que a taxa de juros real será afetada por variações na expectativa de inflação. Por exemplo, se o indivíduo deseja ter um incremento em seu poder de compra de 1% no ano seguinte, e acredita que haverá um aumento de 5% no nível geral de preços, ele abrirá mão de seu consumo presente somente se lhe for garantido um juros nominal de pelo menos 6%.

No mais, a relação positiva entre taxa de juros nominal e inflação esperada é reforçada pela análise de oferta e demanda no mercado de títulos, em que um aumento na expectativa de inflação incentiva os emissores de títulos a ofertar mais. Isso ocorre porque o custo real da dívida será menor na ótica desses agentes, uma vez que eles continuarão remunerando aqueles que lhe emprestaram recursos a uma mesma taxa nominal, mas o nível geral de preços de toda a economia aumentou. Simultaneamente, os compradores reagem diminuindo sua demanda por títulos, já que sua remuneração caiu. Em suma, uma elevação na expectativa de inflação gera, no longo prazo, um aumento na taxa nominal de juros. Esse fenômeno é chamado de Efeito Fisher, em homenagem ao economista norteamericano Irving Fisher (1867-1947), o primeiro a formular teoria econômica relacionando as variáveis taxa de juros e inflação esperada.

De fato, como mostra o gráfico da Figura 1: “Expected Inflation and Interest Rates (Three-Month Treasury Bills), 1953-2011”, que ilustra o Efeito Fisher para o caso estadounidense, as variáveis expectativa de inflação e taxa nominal de juros aparentam ser positivamente relacionadas.

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Contudo, para o caso brasileiro, os dados de taxa de juros nominal e expectativa de inflação, coletados no IPEAdata, para o período de 2010 a 2016 não apresentam a mesma relação, como pode ser observado no gráfico superior da Figura 2: “Inflação Esperada, Taxa de Juros e Déficit Público, 2010-2016”.

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Fica evidente que há um descasamento entre o comportamento da taxa de inflação esperada e a taxa nominal de juros. Em meados de 2011 a 2013, quando há uma constância na inflação esperada, há também uma queda na taxa SELIC – taxa básica de juros brasileira. Isso resulta, em síntese, numa diminuição na taxa real de juros do período. Em seguida, é possível observar, de 2013 a 2016, um contínuo crescimento na inflação esperada e um aumento na taxa de juros nominal. Essa distância entre as curvas resulta numa reversão da taxa de juros real frente ao período passado, que dessa vez se eleva.

Por fim, de acordo com Moreira (2006), uma possível explicação para o descasamento entre a taxa de juros nominal e a expectativa de inflação é a evolução da dívida pública em relação ao PIB. O governo brasileiro pode escolher se financiar emitindo títulos públicos, aumentando assim a oferta de títulos e, consequentemente, as taxas de juros nominal. Assim, está representada no gráfico inferior da Figura 2 a razão dívida-PIB brasileira. Esta dívida considera apenas aquela contraída pela emissão de títulos, que são títulos atrelados à própria SELIC. Observa-se que, de 2011 a 2014, a razão dívida/PIB diminui e a taxa de juros se aproxima da expectativa de inflação. Já de 2014 a 2016, a dívida/PIB aumenta e a taxa de juros se distancia da expectativa de inflação. Logo, o caso brasileiro se difere daquele demonstrado no livro texto de Mishkin (2013) e uma possível explicação para esse fenômeno é o aumento da oferta de títulos pelo governo brasileiro.

REFERÊNCIAS
MISHKIN, Frederic S. The economics of money, banking, and financial markets. Pearson education, 2013.

 

MOREIRA, Edison M. O regime de metas de inflação, a taxa de juros e a relação dívidda pública/PIB. Indicadores Econômicos FEE, v. 34, n. 2, p. 13-20, 2006. “

 

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Inflação, Política Monetária

Inflação e taxas de juros: desempenhos comparados

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8-I Gif 18-I Imagem 1“Brasil: A inflação de 2015, medida pelo IPCA em 10,67% foi superior aos 6,41% observados em 2014. Nos dois grandes grupos de preços que compõem o IPCA, os preços livres e os preços administrados, a inflação encerrou o ano de 2015 em 8,51% (6,72% em 2014) e 18,07% (5,32% em 2014), respectivamente. Parte dessa elevação dos preços administrados ocorreu em consequência ao ajuste das tarifas de energia elétrica e da gasolina.

A evolução dos preços de alimentos, importante fonte de choques de oferta, foi outro fator determinante da inflação 2015. O segmento alimentação e bebidas, como um todo, apresentou inflação acumulada de 12,01% em 2015, com contribuição de 2,9 p.p. no IPCA. Fatores climáticos impediram que esses preços seguissem o padrão sazonal normalmente observado, o que contribuiu significativamente para a elevação do IPCA em 2015.

Emergentes – o caso indiano e russo: Nos últimos quatro anos, a Índia apresentou queda em sua taxa de Inflação: de 10,9% em 2013, para 6,4% em 2014 e um desempenho de 5,9% em 2015. Em 2016, os dados indicados pelo governo indiano mostravam que houve desaceleração do índice de inflação, chegando a 4,83% no mês de março, contribuídas com a queda de 5,1% no preço de alimentos e combustível. Em contra partida, a Rússia teve uma variação de 7,7% em sua taxa de inflação de 2014 para 2015, sendo o aumento do preço de alimentos um dos principais vilões deste aumento, aliados com a desvalorização do rublo frente ao dólar e o euro.

8-I Imagem 2Desenvolvidos: Contando com taxas controladas e baixas, quando não negativas, ambos os países seguem uma tendência entre os desenvolvidos. Com queda na taxa de desemprego, o Fed reduziu a estimativa para a inflação nos EUA de 1,6% para 1,2%, o que influenciou a manutenção do juros em seus patamares atuais. O Japão, ainda sem se recuperar da ‘’década perdida’’ nos anos 90, tem mantido sua inflação próxima do 0%, comumente apresentando quadros de deflação. Foi estipulada uma meta de inflação na casa dos 2% para esse ano, mas, com deflação em março, o Banco Central se viu obrigado a intervir, buscando taxas de juros negativas.

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Brasil: Segundo o relatório Focus divulgado pelo Banco Central, a mediana das estimativas para a Selic ao fim deste ano caiu de 14,25% para 13,75%. Para o fim de 2017, permaneceu em 12,50%. Essa perspectiva de queda de juro pode responder à revisão para o dólar no fim de 2016, que saiu de R$ 4,15 para R$ 4. Um real menos desvalorizado tende a dar alivio para a inflação.

8-I Imagem 3Emergentes – o caso indiano e russo: Em se tratando de taxa de juros, a Índia apresentou taxas que equivaliam em média a 8% entre 2014 e 2015, com sensível queda no último semestre deste último ano. O Banco Central indiano anunciou em abril deste ano um corte para 6,5%, sendo esta a menor taxa de juros desde 2011 e promete novos cortes com sua política monetária expansionista. Com os riscos de alta inflação, a Rússia sofre com a taxa de juros em crescimento desde 2014, alcançando o pico de quase 17% no final de 2014. No último mês, o Banco Central russo fechou a taxa básica de juros em 11%.

Desenvolvidos: Na média dos desenvolvidos em geral, EUA e Japão possuem baixas taxas de juros. A estabilidade econômica dos países mais ricos permite que taxas baixíssimas sejam praticadas, sendo que geralmente estes países possuem uma inflação controlada e igualmente baixas. Os EUA recentemente mantiveram sua taxa de juros entre 0,25% e 0,5%, após um aumento de 0,25% no ano passado das taxas que desde 2006 beiravam 0%. O Japão, por outro lado, estipulou uma taxa de juros negativa (-0,1%) como meta, visando reanimar o mercado e movimentar a economia em um cenário de deflação. Economistas como P. Krugman defendem a tese de que o país se encontra em uma situação de armadilha da liquidez.

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Fontes:

http://goo.gl/0Egep6

http://goo.gl/UDTLjd

http://goo.gl/wqFriS

http://goo.gl/pfchyC

http://goo.gl/1IYTOV

http://goo.gl/P45gdx

http://goo.gl/8b877a

http://goo.gl/HxxJF8

http://goo.gl/Af4cz3 ” 

 

AUTORES: GRUPO I – Macro I

 

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Mercados Financeiros, Política Monetária

Taxas de juros nominais e reais brasileiras – Conceitos e evolução recente

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“As taxas de juros são definidas como a remuneração do capital em casos de empréstimo, portanto o custo do dinheiro no mercado. Desse modo, é um ganho para quem empresta dinheiro e uma despesa para quem toma emprestado.

Essas taxas são estabelecidas com base em várias modalidades de títulos e empréstimos, que se relacionam por apresentarem os mesmos aspectos básicos: risco, liquidez e prazo. No primeiro caso, assumimos que existe para quem empresta o risco de inadimplência, assim, o risco induz a taxa de juros da operação, de modo que quanto maior o risco maior a taxa de juros exigida para a concretização do acordo. No segundo caso, podemos dizer que quanto maior a liquidez do título, ou seja maior a facilidade desse título virar moeda, menor será sua taxa de juros. Por fim, quanto maior o prazo de maturidade dos títulos maior a taxa de juros, uma vez que quanto mais distante a maturidade do ativo, mais incertezas existem relacionadas a ele, e, sendo assim, sua remuneração deverá ser maior.

Conceitualmente, as taxas de juros são diferenciadas em duas categorias: reais ou nominais. As taxas de juros nominais são utilizadas para, além dos aspectos descritos acima, descrever também a inflação do período. Por outro lado, as taxas de juros reais desconsideram a inflação, de modo que podemos calculá-las pela Equação de Fisher, na qual: Taxa de juros reais (r) = taxas de juros nominais (i) – inflação (π)

No Brasil, a média ponderada das taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras é denominada Taxa SELIC, essa taxa é a que determina as demais taxas praticadas no mercado, sendo considerada a taxa básica de juros da economia brasileira. Desse modo, temos que a SELIC é uma taxa nominal. A definição da meta da taxa de juros depende da meta da taxa de inflação definida pelo CMN. Com a meta da taxa de inflação estabelecida, o Copom define a meta da taxa de juros que ajusta a inflação atual à meta estipulada. Definidas as metas o Banco Central atua no mercado de títulos públicos a fim de manter a taxa de juros próxima à meta definida pelo Copom.

Além da SELIC existem várias outras taxas de juros no Brasil, como a Taxa Referencial de juros (TR) criada no plano Collor II, com o intuito de ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês iniciado. A Taxa Básica Financeira (TBF) criada para alongar o perfil das aplicações em títulos com uma taxa de juros remuneratórios maior que a TR. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) que estimula investimentos nos setores de infraestrutura e consumo, sendo válida para empréstimos de longo prazo, entre outras. Podemos ter uma ideia da evolução recente dessas taxas pelo gráfico abaixo:

7-L Taxas de juros BR - Copia

Retomando os conceitos dos primeiros parágrafos, temos duas maneiras de calcular a taxa de juros real da economia brasileira. Isso ocorre, pois, o índice de inflação utilizado, no caso o IPCA, pode ser obtido de duas formas, conhecidas como Ex-Ante e Ex-Post. A primeira utiliza as estimativas das taxas de inflação, baseadas em suposições feitas em períodos anteriores, enquanto a segunda utiliza dados já conhecidos, por terem ocorrido no passado. Assim, a partir da taxa SELIC chegamos à duas taxas reais, como podemos ver no gráfico a seguir:

7-L Taxas reais e nominais - Copia

Atualmente no Brasil, tem-se analisado uma tendência por parte do Banco Central de não atuar no sentindo de reduzir a taxa de juros tão cedo, sobretudo em decorrência dos riscos de um aumento da inflação. No relatório Focus divulgado no dia 04 de abril de 2016, a mediana das estimativas para a Selic ao final do ano variou de 14,75% para 13,75%. Permanecendo em 12,75% para o final de 2017. Tal queda pode vir como uma resposta a expectativa de queda no preço do Dólar no fim de 2016. Vale a pena acrescentar que hoje o Brasil se encontra com a terceira maior taxa de juros nominais do mundo, perdendo apenas para Argentina e Venezuela que possuem respectivamente taxas de 35,43% a.a. e 19,54% a.a., e com a maior taxa de juros reais do mundo
Fontes:
https://centraldefavoritos.wordpress.com/2014/03/02/formacao-da-taxa-de-juros/

http://www.seuconsultorfinanceiro.com.br/inteligenciaFinanceira.php?secao=73&parametro=224

http://moneyou.com.br/wp-content/uploads/2016/04/rankingdejurosreais260416.pdf

http://www.bcb.gov.br/Pec/Copom/Port/taxaSelic.asp#notas

http://www.foregon.com/conteudo/Glossario.aspx

https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries

http://jlpsmatos.blogspot.com.br/2013/12/formacao-da-taxa-de-juros.html “

 

AUTORIA: Grupo L

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Mercados Financeiros, Nível de atividade, Política Fiscal, Política Monetária

Vai uma derivada aí?

 

Em classe, estamos usando uma estrutura matemática linear para representar o modelo IS-LM. Deixo aqui uma versão, com todas as derivadas de estática comparativa, inclusive para os casos clássico e armadilha da liquidez. Gostaram??? 😉

IS-LM Estaticas Comparativas 1

IS-LM Estaticas Comparativas 2

Assim ninguém vai poder culpar a matemática por um eventual resultado não muito satisfatório na prova… Mas, claro, isso não irá acontecer!!!

 

PS. O post da atividade da semana é o que está abaixo, viu?

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